Ontem em torno de mil servidores municipais não foram trabalhar para participar da assembleia convocada pelo sindicato da categoria para deliberar sobre o episódio do reajuste salarial. O prefeito Giovane Wickert (PSB) negociou um percentual com o sindicato 6,7% (5,1% de reposição inflacionária + 1,6% de ganho real), mas mandou projeto para a Câmara, e aprovou, só com a reposição inflacionária, depois do jurídico da Câmara de Vereadores ter alertado de que o percentual acordado com ganho real poderia ter apontamentos do Tribunal de Contas.O prefeito Giovane logo explicou a mudança, admitiu o erro do governo e se propõe a negociar o percentual de 1,6% que ficou de fora, durante o ano, de acordo com as possibilidades de um orçamento que tem déficit de R$ 13,9 milhões. Mas isso não impediu o sindicato, presidido por Odenir Guterres Carvalho, de realizar assembleia para deliberar posição de repúdio dos servidores ao Executivo e Legislativo e que querem que o prefeito responsabilize quem errou. O prefeito Giovane paga essa conta por culpa da sua equipe de governo, que não identificou a impossibilidade legal do projeto acordado com o sindicato e teve que recuar depois, para não fazer algo que poderia ser contestado pelo Tribunal depois. O Sindicato tem suas razões, sente-se traído pelo prefeito, mas quer mostrar força, mesmo sabendo que o prefeito quer negociar a diferença que foi deixada fora do projeto.Vejam o tamanho do estrago causado por uma proposta mal elaborada no governo municipal. Centenas de pais sem ter onde deixar seus filhos com o fechamento das Emeis e escolas, sem contar os serviços de saúde que foram prejudicados nos postos. A pergunta que muitos fazem é porque a assembleia não foi realizada após o expediente, evitando todos estes transtornos.