Orçamento com déficit de R$ 15 milhões

Nesta semana foi apresentado o projeto de orçamento para 2021. Projeto elaborado pelo governo de Giovane Wickert (PSB), mas que vai ser executado pelo prefeito eleito, Jarbas da Rosa (PDT). A projeção é de receitas de R$ 302 milhões e despesas de R$ 317 milhões. Jarbas terá que cortar R$ 15 milhões de gastos já previstos. Vai ser uma ginástica.
Aliás, Giovane quando assumiu, recebeu um orçamento com R$ 13 milhões de déficit e ‘castigou’ muito o prefeito anterior, Airton Artus (PDT) por isso. Agora deixa um déficit projetado ainda maior do que aquele que recebeu.
A diferença que pode acontecer, é em dividas vencidas. Giovane assumiu em 2017 com quase R$ 5 milhões de contas vencidas de 2016. Agora na campanha, disse que vai entregar seu governo no ‘azul’, sem dividas vencidas para Jarbas pagar.
A verdade é que os orçamentos municipais estão cada vez mais estrangulados. Lembro de prefeitos nos anos 70, 80 e até 90, quando o orçamento tinha recursos próprios previstos para investimentos. Neste século os prefeitos dependem cada vez mais de empréstimos, de emendas, para conseguir fazer alguma coisa. E pelo que se vê, a possibilidade de empréstimos – que os prefeitos seguintes precisam pagar – se reduz cada vez mais. Só em 2021 estão previstos R$ 13,6 milhões para pagar parcelas de empréstimos já feitos e juros.
Boa parte disso acontece pela linha do tempo. A União e Estados foram repassando obrigações aos municípios, especialmente nas áreas da saúde e educação. Primeiro vinham os recursos junto. Depois foram raleando. Está ai o resultado. Municípios estrangulados também.

Alerta
O leitor Evandro Menezes Jacobsen, já escreveu artigo na Folha sobre o tema empréstimos das prefeituras, que ele critica. Agora me envia uma nota.
“Estás lembrado que em uma mensagem minha, meses atrás, eu avisei que o Artus e o Giovane tinham comprometido financeiramente o futuro de Venâncio Aires com a tomada desenfreada de empréstimos bancários? Só errei em um fato, achei que demoraria um pouco mais, pela carência no negócio. Os prefeitos que se utilizaram deste procedimento para investimentos são irresponsáveis e as câmaras legislativas também. Uma empresa somente pode recorrer a banco, tomar empréstimo, se o futuro lhe permite arrecadar mais, produzir mais. A prefeitura hoje é uma empresa e todos sabiam que o prognóstico de arrecadação seria negro.
E, provavelmente, os empréstimos tomados em 2018, 19 e 20 , começam a ser pagos em 2021 ou 2022. Tenho pena dos próximos administradores, não somente na querida Venâncio Aires, mas em outros municípios onde foi feito o mesmo.”

FHC se diz arrependido de ter aprovado a reeleição

Ouvi nesta semana, na Gaúcha, entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), eleito em 1994 e reeleito em 1998. Foi pra mim o melhor presidente desde a redemocratização do país nos an os 80. Com o Plano Real, que ele ajudou a construir como Ministro da Fazenda, no governo anterior, de Itamar Franco (PMDB), o vice que assumiu o governo depois do impeachment de Fernando Collor (PRN), o Brasil ‘entrou nos eixos’, com estabilização econômica. Começou a se desenvolver, começou a crescer mais rapidamente. FHC, para continuar seu projeto, pressionou pela aprovação da reeleição – dizem os adversários que ele pagou deputados para votarem a favor – e se reelegeu fácil, pelo voto popular, em primeiro turno. Penso que foi bom para o pais naquele momento. Depois veio Lula, em 2002, que pegou um barco andando, um pais endinheirado, fez distribuição de renda, mas esqueceu de cuidar da economia e introduziu a corrupção sem limites no governo. O PT acabou entregando o país em crise, com Dilma Roussef, que sofreu impeachment em 2016.
Ouvi de FHC que a reeleição possa ter sido um erro. A ideia inicial, com a qual eu concordava, era dar uma oportunidade para um segundo mandato para os bons governantes. Mas na prática, quem ganha eleição já passa imediatamente a pensar em reeleição, nos três níveis, país, estados e municípios. Isso foi ruim. FHC entende hoje que um mandato de cinco anos, sem reeleição, seja o caminho que o Brasil deva tomar. Eu acrescentaria com eleições gerais para parar com o pula-pula de políticos que participam de eleição a cada dois anos.
Ao falar de 2022, o octogenário presidente apontou que a eleição municipal mostrou que os brasileiros estão rechaçando os extremismos, tanto de Lula e Ciro quanto de Bolsonaro, e indicam que querem políticos mais moderados. E ele cita nomes de dois governadores do seu partido; João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. Citou também ACM Neto, do DEM da Bahia, e o juiz Sergio Moro, sem partido. Dai pode sair uma boa dobradinha moderada, alternativa que a maioria dos brasileiros, como eu, e penso que você também, esperam.
Lembrando de Eduardo Campos (PSB), governador pernambucano que morreu na queda, até hoje mal explicada, do seu avião, em Santos, na eleição de 2014, que era jovem, articulado, que crescia rapidamente, penso que Eduardo Leite possa ser o nome novo em 2022. É jovem, é articulado, é do diálogo, já venceu ‘raposas’ políticas na eleição ao Piratini e pode cair no gosto nacional. Doria tem a força política de São Paulo, mas é muito ‘pavão’ e tem pouca pena.
É a minha forma de pensar. Cada um tem a sua. É a democracia.

Quase R$ 50 milhões de 13º

Reportagem da jornalista Débora Kist na edição de quinta, na Folha, mostra o volume de dinheiro do 13º que entra nas cidades da região. Em Venâncio estão sendo pagos pelas empresas R$ 44 milhões de 13º. Se somado o serviço público, são R$ 48 milhões.
Em Mato Leitão R$ 1,7 milhão. Em Passo do Sobrado R$ 2 milhões. Em Vale Verde R$ 900 mil.
Nos nossos ‘vizinhos’ maiores a ‘bolada’ é maior. Em Lajeado são R$ 101 milhões e em Santa Cruz são R$ 131 milhões. Nos números informados pelo Dieese, me chama atenção também a quantidade de trabalhadores formais nas três maiores cidades da região dos Vales. Venâncio tem 17 mil pessoas empregadas, Lajeado 38 mil, 120% a mais e Santa Cruz 43 mil, 150% a mais. Ou, Venâncio é 44% de Lajeado e 39% de Santa Cruz em número de pessoas empregadas.

Notinhas

* A Policia Federal ‘bateu’ em Venâncio na quinta, a pedido do Ministério Público, em operação que investiga quem ‘hackeou’ a conta de whatsapp de Jarbas da Rosa, o prefeito eleito no domingo, mostradas na Câmara de Vereadores por Eduardo Kappel (PL). Os celulares dos dois foram confiscados para perícia. Jarbas diz que quer que se esclareça quem invadiu a sua conta e a mando de quem, para que sejam punidos.

* Ricardo Hermany, Coordenador do Curso de Direito da Unisc em Venâncio e assessor da Confederação Nacional dos Municípios, me fez uma simulação com os 539 votos de Alessandra Ludwig (PDT) e 129 de Clóvis Schwertner (PSB), que tiveram candidaturas impugnadas pelo TRE. Os votos de Alessandra, se validados ou não, não mudariam o quadro anunciado. Já os 129 de Clóvis, já anulados no TSE, mudariam a composição da Câmara, segundo Hermany. Clecio Espíndola, o Galo (PTB), perderia sua cadeira para Jairo Bencke (PSB). Mas não mudaria a composição de governo e oposição, que é de 8 a 7. Somente mudaria uma cadeira na bancada de oposição, com o PTB perdendo uma das cinco e o PSB conquistando a terceira. Mas não vai mudar

* No RS 290 prefeitos concorreram à reeleição e 209 se reelegeram. Uma taxa de reeleição de 72%. O prefeito Giovane Wickert (PSB) ficou nos 28% que não se reelegeram.

* Prefeito Giovane Wickert (PSB) asfaltou o Calcadão da Osvaldo Aranha na semana da eleição. Na remodelação do espaço, agora podem rodar dois carros lado a lado. Mas tenho observado que sem a sinalização de chão pintada ainda, os motoristas continuam ‘estrangulando’ o tráfego para um carro só a partir da Jacob Becker.
É o hábito.

* Ouvi do prefeito eleito Jarbas da Rosa (PDT), na sua visita aqui na Folha na quarta, uma certa preocupação com a transição de governo. O prefeito Giovane disse que fará uma transição tranquila. Ele sabe que tudo que fizer agora vai refletir positiva ou negativamente no seu futuro político.

* Lucas da Silva, do PSC, lembra que o partido presidido por Eurípedes Vieira, não lançou nominata para Câmara de Vereadores, mas é da base aliada do prefeito eleito Jarbas da Rosa (PDT) e pode ter cargos no governo.

* Na reunião do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) Bolsonaro disse que pretende revelar as empresas estrangeiras que compram madeira ilegal da Amazônia. Disse que muitas são de países que criticam o Brasil pelo desmatamento. E a grande mídia saiu em defesa dos infratores. O JN ouviu Ongs estrangeiras que estão na Amazônia e ‘especialistas’ ideológicos para atacar Bolsonaro.

Gre-Nal

* O Grêmio venceu o Cuiabá na quarta por 2×0 e classificou para a semifinal de Copa do Brasil, contra o São Paulo, buscando o hexa. O Inter venceu o América em Minas por 1×0, foi para as penalidades, onde perdeu o jogo, a classificação e os R$ 7 milhões que são pagos nesta fase. América e Palmeiras fazem a outra semifinal, valendo R$ 20 milhões. O titulo vale R$ 50 milhões.
* O Inter ‘desandou’. De time líder do Brasileiro, de jogo intenso e grandes apresentações, que fizeram o torcedor sonhar, virou uma caricatura. Coudet conseguia, com marcação intensa, fazer um time médio jogar bem. Agora com Abel, D’Alessando, ex-jogador, caminhando em campo, está de volta e o time virou um ‘amontoado’ medroso.
* Menos mal que já tem 36 pontos no Brasileiro e precisa só de mais três vitórias para não cair para a Série B.
* Enquanto isso o Grêmio melhora a cada jogo, ancorado no trio de pratas da casa no meio de campo, com Matheus, Darlan e Jean Pierre, agora camisa 10. Por falar em Jean Pierre, ele me lembra muito Ademir da Guia, do Palmeiras e seleção. Jogava de forma elegante. Era chamado de Divino. Quem tem mais de 50 viu ele jogar nos anos 60 e 70.
* Nesta quarta o colorado tem Libertadores, contra o Boca Juniors, às 21h30min no Beira Rio. Se jogar frouxo assim, leva um ‘saco’.
* O Grêmio joga quinta, às 21h30min, contra o Guaraní, no Paraguai.

Assoeva

* A Assoeva, 4ª na classificatória do estadual, enfrenta na semifinal o Guarani de Frederico Westphalen, que foi 1º. O primeiro jogo é hoje no Poliesportivo. A outra semifinal é entre Bento e Passo Fundo.
* Sem ACBF e Atlântico, que disputam a Liga Gaúcha, o Estadual ficou esvaziado.

Do Twitter

* GZH: Senado aprova nova fase do pagamento da compensação com as perdas da Lei Kandir; RS terá direito a R$ 6 bilhões
* Veja: Direto da China, vacina contra Covid-19 chega ao Brasil e é escoltada ao Butantan
* Folha S. Paulo: Datafolha em São Paulo: Covas tem 58% no 2º turno, contra 42% de Boulos
* O Globo: Ciclo de 2018, que elegeu Bolsonaro, só deve se repetir em 30 ou 40 anos, diz Maia
* Carta Capital: No Brics, Bolsonaro promete divulgar lista de países que compram madeira ilegal da Amazônia.

* Veja: Bolsonaro diz que acusará empresas de importar madeira, não países
* BBC: Maior tempo no celular está associado a comportamento impulsivo e semelhante a vício em drogas e jogos
* Folha S. Paulo: Apostas para a Mega da Virada já podem ser feitas. O sorteio de 31 de dezembro pode pagar R$ 300 milhões.
* Telmo Kist: A taxa de juros do cheque especial está em 151 % ao ano. Os bancos pagam, no máximo, 3% ao ano pelas aplicações dos seus clientes. A justificativa para este juro abusivo é a inadimplência dos clientes. Fui verificar. No Banco do Brasil a inadimplência foi, em setembro, de 2,3%.

 



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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