A mudança de comando do PSDB em Venâncio, além de tirar o apoio do partido ao atual prefeito Jarbas da Rosa (PDT), que era sinalizado por dirigentes anteriores, e agora passar a apoiar seu adversário, o ex-prefeito Giovane Wickert (PSB), tem mais implicações. O PSDB formou uma federação partidária com o Cidadania no país. Os dois, pelo regimento das federações, apoiam a mesma chapa majoritária e cada um terá a sua nominata para vereador. E o Cidadania em Venâncio é da coligação de Jarbas e tem cargos no governo municipal. O PSDB, na eleição de 2020 dirigido por Vinícius Medeiros, que fora candidato a prefeito em 2016, já apoiou Giovane.
Adair Amarante Ribeiro, conhecido como o Marcos da Macedo (o bairro Macedo), assumiu a presidência do Cidadania depois da última eleição, até onde Acemar da Silva, o Zequinha, presidia o partido. Como o Cidadania fez 834 votos, com 15 candidatos a vereador em 2020 e o PSDB fez 218 votos, com seis candidatos, Marcos está fazendo consultas sobre como é decidida a posição da federação em relação à apoio de majoritária. Ele deixou claro que o Cidadania não vai apoiar Giovane na eleição. Como o PSDB pode ter nome para majoritária, com um vice para Giovane, o Cidadania seria arrastado automaticamente. “Neste caso vamos fazer campanha só para os nossos candidatos a vereador”, disse Marcos da Macedo.

Tem mais federações

Além dessa federação, existem outras duas no país. A federação PT + PCdoB e a do PSOL + Rede. E uma quarta está sendo discutida pelo PP, com o União Brasil, que resultou da fusão de DEM e PSL, e o Republicanos. Se for confirmada esta federação partidária, o bloco somará 150 deputados federais (30% dos 513) mais 17 senadores (20% dos 81), como maior bancada no Congresso. Eleger o presidente da Câmara dos Deputados em 2025 é o grande objetivo dessa coligação que é negociada por Ciro Nogueira, senador do Piauí, presidente do PP, com lideranças do União Brasil e o Republicanos. Seria um super bloco do ‘centrão’.
Trazendo para a nossa realidade, como o PP deve ter candidato com Maciel Marasca a vice de Alexandre Wickert, do PL, à prefeito, automaticamente arrastaria para a chapa o apoio do União Brasil, que tem a vereadora Claidir Kerkoff Trindade, eleita pelo PSL, e o vereador Benildo Soares, do Republicanos. Mas penso que essa federação não se cria para a eleição municipal ainda.

Ricardo Hermany esclarece

Ricardo Hermany, pós doutor em Direito, consultor da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e coordenador do curso de Direito da Unisc no campus de Venâncio Aires, que tem comentário semanal no Folha 105 2º Edição na Terra FM, me emitiu parecer sobre a questão das federações e as decisões por coligações majoritárias. “As federações funcionam como um partido político, com um único fundo eleitoral e coordenação, que toma decisões políticas em harmonia. E quem toma decisões sobre coligações para majoritária numa federação, é o comando estadual”, disse Hermany. No RS quem detém maior poder nesta federação é o PSDB. Assim, se o PSDB de Venâncio decidir por indicar um nome para vice com Giovane Wickert (PSB) candidato a prefeito, o Cidadania fará parte da mesma coligação automaticamente. Se não tiver nome em majoritária, o comando estadual vai decidir quem apoiar. Estes são os fatos.
Na eleição de 2020, quando eram só duas candidaturas, Jarbas venceu o então prefeito Giovane, por 8 mil votos de diferença. Jarbas teve na coligação PDT, MDB, PSD, Republicanos, PSL, PSC e Cidadania. Giovane teve apoio do PSB, PTB, PSDB, PL, PP e DEM.

Notinhas

  • Nesta semana, de terça até hoje, a Farmurs realiza sua Assembleia de Verão em Xangri-lá. O presidente da Federação é Luciano Orsi (PDT), prefeito de Campo Bom. Na Assembleia a presença forte de Venâncio. Estiveram lá na terça, 27, o prefeito Jarbas da Rosa (PDT), o presidente da Fenachim, Vilmar de Oliveira, o casal social da festa Jairo e Giovana Bencke a as soberanas Marina Jantsch, Larissa Maciel e Ana Flávia Dornelles. Mas o destaque durante todo o encontro foi a presença da Escola do Chimarrão, agora ‘capitaneada’ por Luís Fernando Rodrigues, e da GRA Máquinas, representante da XCMG para o Rio Grande Do Sul, que atende todos os 497 municípios gaúchos.
  • Arcênio Maldaner, secretário municipal de Saúde de Mato Leitão, deixa o cargo hoje e anuncia que pretende concorrer a prefeito. Ele é do MDB, partido que por decisão coletiva, aceitou indicar um vice para Arly Stöhr, o Flecha (PDT), que vai concorrer a prefeito com apoio do atual prefeito reeleito, Carlos Bohn (PSDB). Arcênio seria o nome para vice de Flecha, mas argumenta que esperou cinco vezes para concorrer a prefeito e não quer mais esperar. Ele tenta convencer o MDB a tomar esta decisão, caso contrário sinaliza que vai para a oposição para concorrer a prefeito. PP e Republicanos ainda não anunciaram nomes para concorrer a prefeito. No PL, o militar Antônio Pereira da Silveira, quer concorrer. Quadro de indefinição em Mato Leitão.

Do X

  • Correio Braziliense: Lula revoga trecho de MP e mantém desoneração da folha em 17 setores
  • Gazeta do Povo: Governo vai apresentar projeto para taxar “big techs”, mas diz que custo não deve ser repassado aos usuários
  • Folha S. Paulo: Governo ameaça tirar cargo e verba de deputados que assinaram lista de impeachment de Lula
  • Estadão: Esquerda convoca ato pela prisão de Jair Bolsonaro por investigação sobre tentativa de golpe. Manifestações foram marcadas para o próximo dia 23 de março e devem ser realizadas nas 27 capitais do País; São Paulo e Salvador serão priorizados
  • O Globo: Mais da metade dos brasileiros não acredita em perseguição a Bolsonaro, indica pesquisa Genial/Quaest
  • Exame: Área queimada no Brasil cresce 248% em relação a janeiro de 2023
  • CNN: Federação Israelita registra aumento de 263% de denúncias de antissemitismo em escolas após fala de Lula sobre Israel
  • Revista Oeste: Brasil precisa de mais 179 mil PMs e 55 mil policiais civis
  • Extra: ‘Sargenta’, ‘soldades’: Governo Milei proíbe linguagem inclusiva nas Forças Armadas da Argentina