Sobre a morte no Paraná

O presidente do PT em Venâncio, Cesar Schumacher, me envia uma nota onde discorda da coluna de terça, e manifesta a sua posição sobre o fato ocorrido em Foz do Iguaçu, onde um guarda municipal, petista, morreu na troca de tiros com um agente penitenciário, bolsonarista. Um vídeo mostra que o guarda sai alterado da sua festa de aniversário e na rua atira brita e ofende o agente, que está com vidro do carro aberto e arma na mão. O guarda volta para a festa, o agente estaciona o carro e invade o lugar, atira no guarda e leva três tiros de volta, além de ser pisoteado no rosto por amigos do petista morto. Estes são os fatos. Uma barbárie, por política. É o que mostra o vídeo.

Nota de Cesar
“Sobre a violência que aconteceu no final de semana no Paraná, episódio amplamente repercutido no pais e também no mundo, a sua opinião ou versão para o caso não passou despercebida, por ser em minha opinião absurda e desumana. Há ali um esforço para nivelar os protagonistas do lamentável acontecimento que culminou com a morte de um pai de família.
Não é possível que alguém ao celebrar a vida em festa de aniversário privada com a presença apenas de familiares e amigos, sofra a invasão de um intruso que o ofende, ameaça de morte e por fim o mata. Não cabem outras formas de tratamento no caso, há um assassino que age por fanatismo e intolerância e uma vítima.
A ação política, que ao invés de discutir ideias, recomenda fuzilar a petralhada, nas palavras do presidente, é barbárie. A política de liberação de armas, o aparelhamento de instituições que hoje ameaçam a democracia e todos os gestos agressivos do presidente desde sempre e que são acompanhados da desfaçatez do general Mourão ao culpar as vítimas pelo uso abusivo de bebida alcoólica, que segundo ele leva a conflitos onde uns matam e outros morrem leva a isso. Ao invés de condenar os responsáveis nossos dirigentes flertam com a violência e tensão constantes. Os fatos são graves e prevalecem.
Marcelo de Arruda morreu por ser petista, há culpados e isso precisa ser contido.”

Notinhas

  • Nesta semana abasteci gasolina a R$ 5,50 na cidade. Baixou 23% do pico de R$ 7,19 que paguei no ano, em 26 de abril. Mas inda tá cara a gasolina.
  • Como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu o processo de privatização da Corsan, o governo do Estado anunciou ontem que não vai recorrer, mas vai modificar o processo e vender 100% do capital da estatal para a iniciativa privada, ainda neste ano.
  • O ex-juiz federal da Lava Jato, Sergio Moro, que desbaratou a quadrilha dos governos petistas, prendeu políticos ladrões – cujas penas o STF anulou -, lançou sua pré-candidatura ao Senado no Paraná, pelo União Brasil. Antes de se lançar Moro já disparava nas pesquisas com 30% de intenções de voto. Vai ser uma voz forte no Congresso em defesa do cidadão e uma ‘pedra no sapato’ de governantes e políticos desonestos.

Do Twitter

  • O Globo: Mais de 2,3 mil militares ocupam cargos no governo de forma irregular, aponta CGU
  • Estadão: Militares preparam programa próprio de fiscalização da eleição e provocam TSE
  • Extra: Bolsonaro diz que policial que matou petista em Foz também foi alvo de agressões
  • Folha S. Paulo: Pacheco cobra tanto Bolsonaro quanto Lula por repúdio à violência
  • Sergio Moro: Tempos difíceis requererão lideranças fortes. O Senado não pode ficar na mão de desconhecidos ou de omissos.
  • Lasier Martins: A renovação no STF por meio de mandatos fixos para os ministros é uma forma de combater a politização da Corte, tão criticada pela população. Minha PEC 35 prevê o fim da vitaliciedade, estabelecendo 10 anos de mandato, sem recondução.


Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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