Com a definição do PMDB por Nilson Lehmen, 28 anos, para concorrer a prefeito, termina um ciclo político na cidade. Na eleição anterior, em 2008, Glauco Scherer fez baixíssima votação e anunciou que foi sua última participação como candidato. Almedo Dettenborn foi derrotado na sua tentativa de reeleição, mas não ‘jogou a toalha’. Acabou jogando agora no início do ano, penso que diante do alto índice de intenções de voto que as pesquisas mostravam para o prefeito Airton Artus, candidato á reeleição. Mas Almedo revelou recentemente que já em janeiro tomou a decisão de não concorrer mais e sugeriu a renovação do partido com Nilson Lehmen a quem passa o bastão.Encerra-se assim um ciclo político de 35 anos, que marca história. Almedo foi candidato a vereador na eleição de 1976, a convite de Alfredo e Gleno Scherer, que se elegeram prefeito e vice. Logo assumiu a secretaria da Educação no quarto governo de Alfredo Scherer. Depois acumulou o Turismo e Desporto e virou super secretário, construindo espaço para sair indicado candidato a prefeito em 1982 pelo PMDB, ainda com as legendas, onde cada partido podia colocar até três chapas majoritárias. Almedo elegeu-se prefeito e governou por seis anos, com a prorrogação dos mandados; fez o sucessor Glauco Scherer em 1988; elegeu-se pela segunda vez em 1992; fez o sucessor Celso Artus em 1996; tentou voltar em 2000 e teve sua primeira derrota para Glauco Scherer, de quem virou adversário ao ungir seu vice Celso Artus como candidato a prefeito em 1996, em detrimento de Glauco; concorreu novamente em 2004 e derrotou Glauco Scherer; tentou a reeleição em 2008 e foi derrotado pelo seu vice Airton Artus. Neste meio tempo ainda teve uma candidatura a deputado estadual.Almedo Dettenborn, com seis eleições, um mandato de vereador e três de prefeito, deixou muitas marcas administrativas em Venâncio Aires, especialmente nos dois primeiros governos. Destaco duas que considero importantes. Os ginásios de esportes espalhados em todas as localidades de Venâncio são fruto de uma iniciativa de Almedo, que sempre foi um desportista. Os programas de incentivo para atração e ampliação de empresas foram iniciativas suas que fizeram Venâncio crescer e que vigoram até os dias atuais.Sua personalidade forte também lhe rendeu muito desgaste e uma coleção de adversários ferrenhos e até inimigos.Glauco Scherer teve uma participação menor. Filho de Alfredo Scherer, quatro vezes prefeito, irmão de Gleno Scherer, vereador, vice-prefeito e deputado estadual e de Rogério Scherer, vereador, Glauco foi o último do clã dos Scherer a ingressar na política. Alfredo e Gleno Scherer criaram Almedo como candidato para a eleição de 1982. Para a eleição de 1988, Glauco Scherer foi tirado da cartola em cima da hora, quando o vice de Almedo, Jader Rosa, já era tido certo como candidato do PMDB, no tempo em que não havia possibilidade de reeleição e já com chapas únicas nos partidos. Glauco se elegeu e em 1992 passou o bastão de volta para Almedo. Em 1996, quando era a vez de Almedo devolver o bastão para um Scherer, ‘bateu pé’ e bancou seu vice Celso Artus e o elegeu. Glauco Scherer então deixou o PMDB e foi para o PTB. Deu o troco em 2000, quando se elegeu para o seu segundo mandato, derrotando Almedo nas urnas. Em 2004, levou o troco de Almedo que se elegeu três vezes prefeito. Em 2008, ambos perderam para Airton Artus, que fora vice de Almedo.Glauco deixa um legado de investimentos em infraestrutura e destaco também dois. Mudou o abastecimento de água dos poços artesianos, que já não davam conta da cidade, para uma estação de tratamento de água da Corsan que capta água do arroio Castelhano, e duplicou a capacidade de energia do município como trunfo para atrair novas empresas até os dias atuais.Duas figuras que entraram para a história do município. Ainda poderão ter participação de bastidores na campanha eleitoral que vem ai, agora ambos pela oposição. Mas duvido que sejam vistos no mesmo palanque eleitoral.Poderia escrever colunas e mais colunas sobre estes dois ilustres nomes, que já fazem parte da história política de Venâncio com quem convivi por muitos anos. Mas isso fica para o livro com título provisório de Histórias & Memórias que vou escrever depois dos 65, contando fatos, histórias e estórias de 50 anos de trajetória na Folha. Passado este ciclo, iniciamos um novo, onde o prefeito Airton Artus, candidato à reeleição, mesmo só com 54 anos, é o mais antigo e faz a transição para esta nova fase, onde começam a despontar nomes de uma nova geração. O vice-prefeito Giovane Wickert (PT), o vereador Nilson Lehmen (PMDB) a vereadora Izaura Landim e o suplente Cristian Deves do PP, entre outros nomes que já atuam e os que ainda vão começar, e que farão o próximo capítulo da história política de Venâncio Aires.Que este novo capítulo também seja de sucesso.
Sérgio Klafke
Termina um ciclo político
Com a definição do PMDB por Nilson Lehmen, 28 anos, para concorrer a prefeito, termina um ciclo político na cidade. Na eleição anterior, em 2008, Glauco Scherer fez baixíssima votação e anunciou que foi sua última participação como candidato. Almedo Dettenborn foi derrotado na sua tentativa de reeleição, mas não ‘jogou a toalha’. Acabou jogando […]
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