Dia 12 de junho, foi o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, um mal que assola o mundo, principalmente nos países mais pobres. O Ministério Público do Trabalho revela que no Brasil 5 milhões de crianças estão trabalhando indevidamente e no RS 126 mil crianças entre 5 a 14 anos. Difícil de acreditar no levantamento. é cruel. Lixões, corte de cana, produção de carvão são apontados como os principais focos. Mas o mais deplorável é a exploração sexual de crianças. Quanto mais pobre a região, maior a exploração do trabalho infantil é a constatação óbvia.O levantamento condena também o trabalho doméstico. Concordo plenamente com relação aos abusos, mas é nesse ponto que começam as minhas objeções e de muita gente com quem converso. Concordo que é condenável qualquer exploração do trabalho infantil, inclusive o doméstico, mas é preciso considerar o outro lado da moeda. Auxiliando os pais e mães – e não sendo exploradas – em limpar a casa, lavar louça, aprender a fazer comida, cortar grama etc, as crianças estão aprendendo a se virar na vida. Minha geração aprendeu a fazer isso e ninguém se sente explorado por isso. Pelo contrário, aprendemos responsabilidades e habilidades. Hoje as crianças tendo a TV a sua frente, onde se repete a exaustão que criança não pode trabalhar, – e elas entendem rapidamente que nem em casa devem fazer nada -, criam-se verdadeiros inúteis domésticos. E nem é para o futuro, já acontece no presente, onde jovens de 15 anos, com corpo de adultos, são verdadeiros inúteis.A legislação permite hoje que se trabalhe como aprendiz, em escolas técnicas, a partir de 14 anos e no mercado de trabalho como estagiários a partir de 16 anos.O abuso é abominável, mas o trabalho não faz mal a ninguém.
Sérgio Klafke
Trabalho infantil em debate
Dia 12 de junho, foi o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, um mal que assola o mundo, principalmente nos países mais pobres. O Ministério Público do Trabalho revela que no Brasil 5 milhões de crianças estão trabalhando indevidamente e no RS 126 mil crianças entre 5 a 14 anos. Difícil de acreditar no levantamento. […]
Assuntos