Nos dois debates até agora realizados, os candidatos a prefeito Nilson e Airton trocaram perguntas “apimentadas” sobre gestão. Nilson perguntou ao prefeito Airton sobre as contas de 2009, que teriam sido rejeitadas pelo Tribunal de Contas por irregularidades no contrato do lixo. Artus respondeu que tem apontamentos e não contas rejeitadas. Artus perguntou a Nilson sobre apontamentos do mesmo TCE sobre irregularidades em compra de móveis pelo Legislativo em 2010, quando Nilson foi presidente da Câmara. Nilson respondeu que não tem contas rejeitadas.
Me propus a buscar mais informações para levar ao leitor sobre os dois casos. Mas elas logo me chegaram, por caminhos cruzados. Sobre as contas de Airton já fiz citações em duas colunas anteriores e o próprio prefeito apresentou explicações. Das contas de Nilson recebo informações de andamento de processo, mas sem acesso às informações que ainda não estão disponíveis para consulta pública e o que motivou o TCE a abri-lo. Os procuradores Anielle Cavalli e Moacir Sasso de Christo defendem Nilson no Processo de Contas que tem seu último registro dia 29 de agosto – quarta-feira desta semana – com relatório e voto do Conselheiro Estilac Xavier, e que já deve ser de conhecimento de Nilson.
Curiosa a coincidência: o relator das contas de Airton foi Iradir Pietrosky, ex-deputado do PTB, e das contas de Nilson, foi Estilac Xavier, ex-deputado do PT, que estão no Tribunal de Contas do Estado. Mesmo com toda lisura dos seus trabalhos, sempre ficará a insinuação da cor partidária atrelada às suas decisões.
Dentro do assunto, li ontem que o TRE manteve a decisão de negar o registro de candidatura do prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann, por uma condenação sofrida em 2004, quando teria participado da inauguração de uma obra, o que é proibido pela lei. Chamou atenção a frase dita por Zimmermann, que recorreu da decisão: “A Lei da Ficha Limpa foi criada para banir corruptos, não para produzir injustiças”. Disse tudo.