Nesta semana, na terça, dia 28, foi comemorado o Dia do Produtor de Tabaco. Em Venâncio são 3,6 mil famílias produtoras de tabaco, que cultivaram 8,3 mil hectares na safra passada, o que rendeu 20,6 mil toneladas, uma produção 36% superior às 15,1 mil toneladas produzidas na safra 23/24, que teve quebra acentuada. Nesta boa safra Venâncio se colocou como terceiro maior produtor de tabaco do Brasil, atrás de Canguçu, na zona Sul, com 24,2 mil toneladas e de São João do Triunfo, no Paraná com 23 mil toneladas. Uma safra que rendeu R$ 293 milhões aos produtores em Venâncio, 52% do total do Valor Bruto de Produção Agrícola (VBPA) do município, segundo a Emater.
A Folha destacou números do setor e histórias de produtores em suplemento especial na edição do dia, produzido pela Juliana Bencke e time. Um dos destaques foi o produtor Celso Krämer, de Linha Taquari Mirim, o maior produtor de tabaco do município, e com certeza de toda região. Ele plantou 1,2 milhão de pés na atual safra, em 20 propriedades próprias, onde trabalha com famílias agregadas. E Krämer conta que começou a plantar tabaco ‘à meia’ com o sogro, em 1986. Em 40 anos virou o maior plantador.
Fiz uma ‘conta de padeiro’ sobre a plantação de Krämer. A média de pés por hectare é de 16 mil. Para receber 1,2 milhão de pés de tabaco são necessários 75 hectares. A produção média de tabaco é de 2,3 mil kg por hectare, o que rende 172,5 mil kg, ou 11,5 mil arrobas de 15 kg. A preço médio da arroba na última safra de R$ 323,70, a próxima safra projeta uma renda – se tudo correr bem – de R$ 3,7 milhões para Krämer, que foi vereador por dois mandatos, vice-prefeito e algumas vezes candidato a deputado estadual.
Lavouras exuberantes
Durante a semana vi muitos produtores postando lindas lavouras de tabaco, especialmente nas regiões de terra arenosa, o ‘barro branco’ como chamamos, que é a melhor para o plantio de tabaco, pela qualidade que dá ao produto. Um dos registros que vi e transporto para a página, é do produtor Sergio Martins, o Fininho, que plantou 200 mil pés de tabaco em Linha Mangueirão e está muito otimista. Pela imagem do filho Rafael na lavoura da família e altura dos pés de tabaco, dá para ver que o entusiasmo de Martins, tem sentido. Ele o filho Rafael e as esposas é que dão conta da safra. “É muito difícil encontrar peão para contratar”, me disse ele. A projeção é de colher 2,5 mil arrobas. Deste volume calcula que 1.000 arrobas cobrem as despesas de custeio e da família. “Deve sobrar 1.500 arrobas” disse. Isso é meio milhão de reais. Conhecido como Fininho, ele também milita na política, já foi candidato a vereador, mas não se elegeu.
Na COP 11
A Folha e a Terra FM estarão na 11ª Conferência das Partes (COP11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da OMS, em Genebra, na Suíça, agora de 17 a 22 de novembro. A jornalista Letícia Wacholz, editora da Folha e apresentadora do programa jornalístico diário, às 11h, Folha 105, na Terra FM, viaja para a Suíça para contar o que vai se passar por lá, onde vai estar uma comitiva da região, com representantes do setor e lideranças políticas.
Fique ligado na Terra FM, no portal folhadomate.com, nas redes sociais dos veículos e nas edições impressas da Folha, que vamos contar multiplataforma o que vai acontecer na Suíça e como isso pode nos impactar aqui. Letícia já é veterana em cobertura de COP do Tabaco. Esteve na Índia em 2016, na Suíça em 2018 e no Panamá em 2024.
Lula lidera todas as pesquisas
As pesquisas pré-eleitorais mostram uma guinada nos últimos meses. Lula, que no primeiro semestre perderia para vários adversários de direita, agora, no segundo semestre ‘virou o jogo’ e lidera as intenções de voto em primeiro e segundo turno em todos os institutos. Na semana que passou institutos que normalmente erram feio em favor da esquerda, divulgaram liderança de Lula já com folga. Nesta semana a Paraná Pesquisas, a que chega mais perto dos resultados das urnas, divulgou nova rodada, também mostrando Lula na frente em todas as simulações, mas quase dentro da margem de erro.
Simulação de segundo turno
Lula 44,9% Bolsonaro 41,6%
Lula 44,7% Michele 41,6%
Lula 44,9% Tarcísio 40,9%
Lula 46,7% Flávio Bolsonaro 37%
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A pesquisa também perguntou aos entrevistados sobre rejeição e certeza de voto e é aí onde reside uma dificuldade de Lula. Dos entrevistados 47,5% responderam que não votam em Lula (PT) de jeito nenhum. Outros 27,6% votam com certeza e 23,9% poderiam votar. A soma dá 51,5%. Considerando o governador paulista Tarcísio Freitas (Republicanos), que deve ser o adversário de Lula, ele tem 39,3% de rejeição de eleitores que não votam nele de jeito nenhum. É a mais baixa entre todos. São 16,2% que votam com certeza em Tarcísio e 38,1% que poderiam votar. A soma dá 54,3%. Lula já é candidato à reeleição. Tarcísio ainda não disse se vai concorrer a Presidente ou à reeleição no governo paulista.
A esquerda comemora a virada de Lula nas pesquisas, mas ela não significa eleição ganha. A grande aposta de Lula é o ‘kit reeleição’ com bondades sociais que vem ai a partir de janeiro, mesmo sem ter dinheiro para gastar.
Ezequiel entrega emenda de Kely
O vereador Ezequiel Stahl (PL) esteve na quarta, 29, em Vila Arlindo, sede do 7º Distrito, onde entregou uma emenda parlamentar de R$ 50 mil para a Escola Estadual Pedro Beno Bohn. A emenda foi destinada pela deputada estadual Kely Moraes (PL), que é de Santa Cruz. Ezequiel diz que o valor já está depositado na conta da escola e conforme a diretora Lara Henn, que recebeu o documento junto com professores da escola, vai ser aplicado em melhoria de equipamentos de tecnologia.
O gesto do vereador Ezequiel também tem uma leitura política. Nome cotado para concorrer a deputado estadual pelo PL de Venâncio, como ele mesmo anunciou, Ezequiel não deve concorrer e apoiar a reeleição da deputada Kely.
A queda dos preços dos grãos
Acompanho as projeções sobre a safra de grãos no país, que não para de crescer. De 149 milhões de toneladas em 2010, hoje a projeção é de safra de 350 milhões de tonelada. Em 15 anos mais que dobrou a produção.
Acompanho também as dificuldades e as frustrações, como a das cheias de 2024, que frustraram as projeções, especialmente de arroz, que fez o governo se precipitar a importar arroz, o que depois foi comprovado que não era necessário. Os arrozeiros venderam sua produção de 2023 por R$ 90 a saca de 50 kg. Em 2024 disparou para R$ 129 a saca. Agora em 2025 o preço da saca de arroz despencou para R$ 58. E o custo de produção calculado é de R$ 75 por saca. Faça as contas.
A soja também recua no preço. Em 2018 saiu por R$ 75 a saca. Em 2022 explodiu para R$ 180. E agora em 2025, está cotada em R$ 123. É uma montanha russa o preço pago, que é regulado pelo mercado internacional dos produtos e pelo consumo. Mas o custo de produção segue uma linha ascendente contínua. Leio que essa insegurança com grãos está levando pecuaristas gaúchos, especialmente da região da campanha, voltar a apostar no gado à campo, por ser um mercado menos volátil.
Em entrevista para a Folha, Vicente Fin, engenheiro agrônomo Chefe do Escritório da Emater em Venâncio, disse que os preços do feijão e do arroz caíram nos supermercados, pressionados pela produção maior e pelo consumo decrescente dos dois grãos no país. Fin assinalou que o brasileiro consome cada vez mais massas. Isso sinaliza que o trigo vai ser uma opção cada vez mais segura de produção de grãos.
Do X
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