Este domingo, 11 de maio, marca os 134 anos de emancipação político-administrativa de Venâncio Aires. Em 1891 a Freguesia de São Sebastião Mártir se emancipou de General Câmara e o novo município passou a se chamar Venâncio Aires, em homenagem ao jornalista republicano, Venâncio de Oliveira Aires, nascido em Itapetininga, em São Paulo, que se mudou para o Sul do Brasil.
Nestes 134 anos o município cresceu, povoado primeiro por portugueses e depois pela chegada de imigrantes alemães, que hoje são maior étnica. Unidos a outras etnias, construíram o desenvolvimento que coloca Venâncio entre as 30 maiores economias do estado. Nesta data rendo homenagem a todos que construíram o que somos hoje, um município onde a indústria representa 50% da economia e onde se destacam, especialmente, três setores: o tabaco, a metalurgia e a proteína animal, ao lado de outros setores econômicos que contribuem para o desenvolvimento desta terra conhecida como Capital do Chimarrão.
E em nome do deputado Airton Artus, do prefeito Jarbas da Rosa e do presidente da Câmara de Vereadores, Eduardo Luft, a homenagem a todos os cidadãos que se dispuseram a ocupar cargos públicos, por nomeação no início, e depois pelo voto democrático, para conduzir este município.
Ó salve Venâncio Aires, belo recanto do Brasil, diz o nosso hino. Ele foi escrito por Selita Dalmás, irmã da Divina Providência, durante trabalho em sala de aula no Colégio Nossa Senhora Aparecida, nos anos 70, e que virou hino oficial de Venâncio em 1983, através de projeto de lei do vereador Joao Moacir Ferreira (PDS), recentemente falecido, e sancionado pelo prefeito Almedo Dettenborn (PMDB).

Que o futuro de Venâncio brilhe como o olhar da menina para corte da Fenachim. (Foto: Juliana Bencke)

A Fenachim e o Bastião

A cada edição das maiores festas populares de Venâncio, a Fenachim e a festa do padroeiro São Sebastião Mártir, é levantada a discussão do por que a ‘festa do Bastião’ dá mais lucro que a Fenachim.
No Parque do Chimarrão pessoas falam disso, mas especialmente um pequeno exército digital nas redes sociais faz esse comparativo, como forma raivosa de criticar quem organiza a Fenachim. É o time do ‘tá tudo errado’. A festa de São Sebastião Mártir deste ano rendeu R$ 350 mil de lucro. A Fenachim, que foi organizada em maio do ano passado e teve que ser cancelada na véspera da abertura, e remontada neste ano, talvez nem dê lucro.
É preciso estabelecer parâmetros, para derrubar a tese hater.
A festão de São Sebastião Mártir, uma das maiores festas religiosas do estado, tem um batalhão de 400 voluntários que atuam em todas as áreas. A festa recebe muitas doações. E tudo que é vendido vai para o caixa da festa. E a cada ano sobra lucro para ser investido em manutenção da igreja, da comunidade, além de construções, reformas, tornando a comunidade católica autossustentável, como precisa ser.
A Fenachim é um evento muito diferente. Para começar, tudo que é vendido dentro do parque não é lucro da festa, é de empresas que pagaram para se instalar no Parque do Chimarrão durante ao evento. A festa recebe pela locação de espaços. Existe o trabalho voluntário, especialmente de quem é servidor público, mas existe muito trabalho profissional, pago. Existem as despesas com infraestrutura, com artistas, com decoração, etc, etc
Então não se pode comparar um evento com outro, assim como é injusta a comparação que se faz da Fenachim com a Oktoberfest, de Santa Cruz, um evento bem maior e que rende lucro. Na Oktober se vende chopp aos tanques. Na Fenachim o chimarrão é gratuito.
Como diz o prefeito Jarbas da Rosa, repetindo prefeitos anteriores, o grande lucro da festa é a propagação de Venâncio Aires para o estado e para o país. A divulgação de nossas empresas, das belezas naturais, dos nossos pontos turísticos. E o lucro é de empresas, como hotéis lotados, restaurantes vendendo mais, comércio vendendo para expositores da festa, negócios sendo prospectados. E esse lucro é imensurável.

O IPVA e o coitadismo

Nesta semana foram divulgados números sobre o pagamento do IPVA no estado. E mudou o sistema de cobrança. Éramos acostumados a pagar, pelo número final das placas, até junho. Neste ano todas as placas venceram no dia 30 de abril. O resultado é um número geral maior de inadimplentes. Venâncio teve 1.854 que não pagaram dentro do prazo em 2024 e neste ano, dos 27.277 veículos que pagam IPVA, 5.967 não tiveram pagamento dentro do prazo.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Marcos Hüttmann, lamenta manifestações de que Venâncio estaria com a economia ‘tão ruim’ que os cidadãos não estavam conseguindo nem pagar os tributos básicos como o IPVA. É o mundo rater das redes sociais, que é negativo por natureza.
Marcos aponta que os indicadores mostram o contrário, Venâncio é um dos municípios com o menor índice de inadimplência, se comparado com outros municípios. Foram arrecadados R$ 27,6 milhões de IPVA aqui. Disso 50% fica com a Prefeitura.

Saiba mais
Município Inad. %
Venâncio 5.967 21,88%
Santa Cruz 15.423 24,95%
Lajeado 10.218 21,17%
Passo Fundo 31.953 36,88%
Porto Alegre 160.558 33.66%
RS 1.261.488 31,52%.

Usina de oxigênio no HSSM

O vereador Jeferson Schwingel, o GP (PP), levantou na tribuna da Câmara, na segunda, 5, questão sobre o projeto de uma usina de oxigênio para o hospital. GP disse que foi criado, em 2023, um fundo que arrecadou R$ 1,6 milhão de doações de empresas, via IR. Este valor está depositado no Fundo Municipal do Idoso desde 2024. O Controle Interno da prefeitura concluiu que o dinheiro do Fundo não pode ser usado para implantar a usina de oxigênio, informa a Procuradoria Jurídica. Um impasse que precisa ser resolvido, sem ingredientes políticos que foram manifestados pelo vereador ao trazer o assunto e pelo prefeito Jarbas, ao responder. Jarbas garante que a usina vai sair, com recursos próprios, que vai ter que deslocar de outras áreas. A conta apresentada por GP é que o hospital gasta hoje R$ 30 mil por mês comprando oxigênio. Com uma usina economizaria R$ 20 mil por mês, R$ 240 mil por ano. Reportagem de Carlos Dickow detalhando o assunto está nesta edição.

Mais 18 deputados

A Câmara dos Deputados aprovou na terça, 6, projeto de lei que aumenta de 513 para 531 o número de deputados no país. A justificativa é atualizar a proporcionalidade de deputados nos estados pela população. Com uma readequação dentro das 513 cadeiras, alguns estados perderiam cadeiras e outros ganhariam, de acordo com a população pelo censo do IBGE de 2022. O RS, que tem 31 cadeiras, perderia duas e ficaria com 29. Mas o Congresso resolveu aumentar 18 cadeiras para os estados onde a população aumentou, sem diminuir em outros estados. Foram 270 votos a favor e 207 contra. Os deputados federais da região, Marcelo Moraes (PL) e Heitor Schuch (PSB), votaram contra. Pará e Santa Catarina terão mais quatro deputados. Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte mais dois. Paraná, Ceará, Goiás e Minas Gerais mais um cada um. O impacto orçamentário vai ser de mais R$ 260 milhões por mandato para 18 novos deputados. O projeto ainda precisa ser aprovado no Senado.

A reinvenção de Odacir

Odacir Klein, 82 anos. (Foto: Divulgação)

Amigo Gilberto Jasper, jornalista da vizinha Arroio do Meio, hoje atuando no Tribunal de Contas, me passa uma nota sobre um político importante do RS. Odacir Klein, 82 anos, que se reinventa. Esta semana ele gravou o primeiro episódio de um curso sobre reforma tributária e as consequências para a cidadania. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Cubo Filmes. Klein, natural de Getúlio Vargas, foi deputado federal, secretário e ministro, além de ocupar diversas outras funções públicas, sempre pelo MDB.

Eduardo Leite se filia ao PSD

Deputado estadual Airton Artus acompanha o governador Eduardo Leite na Missão que chega hoje nos Estados Unidos. (Foto: Divulgação)

O governador Eduardo Leite anunciou na quinta, 8, à tardinha, antes de iniciar a viagem para os Estados Unidos, sua desfiliação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), partido que já teve presidente da República, com Fernando Henrique Cardoso, em dois mandatos, de 1995 até 2002. Ontem, em São Paulo, antes de embarcar para Nova York, o governador assinou filiação no Partido Social Democrático (PSD).
Leite tem projeto de ser candidato a presidente de República em 2026, e deixa o PSDB, onde militou desde jovem. O partido enfraqueceu nacionalmente e negocia fusão com o Podemos. No PSD Leite terá maior representação. Foi o partido que mais cresceu na eleição municipal de 2024. No Congresso tem uma das maiores bancadas. PL 95, PT/PCdoB/PV 81, União Brasil 59, PP 50, MDB 44, PSD 43 e Republicanos 42, são as grandes bancadas. Já no Senado o PSD, com 15 senadores, tem a maior bancada. O PL tem 12.
O PSD tem Ratinho Júnior, governador do Paraná, como nome preferencial para concorrer a presidente e teria oferecido para Leite concorrer ao Senado, que é o plano B. O RS renova duas cadeiras no Senado em 2026, Luiz Carlos Heinze (PP) que termina seu primeiro mandato e Paulo Paim (PT) que está no quarto mandato. E o governador lidera as intenções de voto para o Senado no RS com 48%, bem à frente dos demais nomes.

Vaticano escolhe o Papa Leão XIV

Na quinta, 8, o Vaticano anunciou um novo papa, que substitui o papa argentino Francisco, que faleceu faz poucos dias. Existia uma grande expectativa e foi anunciado um nome pouco citado, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, nascido em Chicago, que por duas décadas atuou no Peru, onde foi nomeado cardeal pelo papa Francisco.
A grande mídia, progressista em sua maioria, coloca o novo papa como seguidor da linha do papa Francisco. Mas vaticanistas tem outra leitura. Colocam o novo papa como um moderado, escolhido para conduzir a igreja católica, nem pela ala progressista nem pela conservadora. E isso já se reflete na escolha do nome do novo papa. Francisco queria que o próximo papa adotasse o nome de João XXIV. O cardeal Prevost preferiu adotar o nome de Leão XIV.
Gostei da primeira manifestação do novo papa, que vai pregar a paz no mundo. Ele indica um papado que seguirá em defesa dos pobres, como Francisco, mas menos ideológico.

Notinhas

Almedo esteve na Casa da Folha e Terra no Parque. Ele disse ao comunicador Adriano Tarelli que segue leitor da Folha e da coluna. (Foto: Manu Carvalho)
  • Ex-prefeito Almedo Dettenborn, que completa 85 anos no dia 16 de julho, visitou a Fenachim na tarde de quinta, 8. Ele foi três vezes prefeito. Criou o Parque do Chimarrão em 1985 e um ano depois realizou a 1ª Fenachim, em 1986. Com sequelas de uma queda em sua casa em 2017, Almedo se locomove em cadeira de rodas e foi levado pela filha Sanduza e o genro Airton Souza ao parque, onde recebeu um carinho muito grande de quem encontrou por lá.
  • O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, gaúcho de Santo Augusto, que foi deputado federal pelo antigo PP, antes de chegar ao Tribunal, visitou a Fenachim na quinta, 8. Ele foi recebido por Donato Bergmann, gerente aposentado da Corsan, filho do ex-vereador Wilmuth Bergmann, já falecido, que fazia campanhas para Nardes. Na Fenachim o Ministro almoçou com o prefeito Jarbas da Rosa, oportunidade para troca informações sobre recursos do governo federal.
  • O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT) anunciou, em Linha Tangerinas, emenda R$ 400 mil para pavimentação da estrada defronte à Escola Municipal Narciso Mariante de Campos e Posto de Saúde. Ele também passou rapidamente pela Fenachim. Hélio Friedrich, ex-vereador do PT em Venâncio, falou com o deputado sobre projeto, via PAC, para levar asfalto até o Cerro do Baú, um dos pontos turísticos do município. “Não se consegue fazer turismo sem estradas pavimentadas”, me disse Hélio, que encontrei no estande da GRA, com Lauro Kist e Celson Ferreira. Ele também falou com o deputado sobre a possibilidade de recursos para instituir o turno integral na escola de Tangerinas, onde Friedrich estudou. O ex-vereador vai ao prefeito Jarbas da Rosa, para quem disse ter feito campanha, para conversar sobre esses projetos.
  • Ontem a tarde estiveram na Fenachim dois deputados do PP. O federal Pedro Westphalen e o estadual Marcus Vinícius Almeida. Foram recebidos pelo presidente do partido, Maciel Marasca e pelos vereadores, Sandra Silberschlag e Diego Wolschick

Manchetes do X

  • O Globo: Copom eleva taxa de juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase 20 anos
  • Revista Oeste: Correios têm prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, o pior desde 2016
  • Folha S. Paulo: Câmara aprova projeto para ampliar número de deputados de 513 para 531 ao custo de R$ 65 milhões ao ano
  • Valor Econômico: Novo ministro da Previdência assinou emenda que afrouxou regras de controle de descontos do INSS
  • Poder 360: Organizações acusadas de fraudes no INSS integram conselhos de Lula. Entidades suspeitas de desviar até R$ 6,5 bilhões são consultadas em áreas como saúde e direitos humanos
  • CNN: INSS: AGU exclui sindicato de irmão de Lula de pedido de bloqueio de verbas
  • Gazeta do Povo: Gleisi pede apoio de líderes da base governista para barrar CPMI sobre fraude no INSS
  • Exame: TikTok Shop chega ao Brasil para rivalizar com Mercado Livre e Magalu