é preocupante o que se sente nas ruas de Venâncio, não só da cidade, mas também do interior. As pessoas estão com medo. Medo de chegar em casa a noite. Não de madrugada, mas cedo da noite. Medo de ir ao banco retirar dinheiro, medo de andar nas ruas, coisas que não faziam parte do nosso cotidiano pacato da Capital do Chimarrão, na intensidade que estamos vivendo nos últimos tempos.Um morador da Cidade Alta ao chegar em casa foi calçado dentro do carro por dois homens armados que levaram o veículo, semana passada; outro foi seguido no caminho de casa e teve que despistar, ziguezagueando pela cidade, com medo do assalto iminente; outro foi abordado por homens encapuzados e armados na rua, e levaram o carro. Um furto de moto a cada dia está acontecendo. Pequenos furtos e arrombamentos de residências já nem são mais registrados pela maioria das vítimas.Tenho presenciado, me dispondo mais a ouvir do que falar, debates sobre as causas. Uma das possibilidades reais aventadas é de que com 500 presos em Venâncio, 300 vindos do Central, os círculos familiares e de amizade destes presidiários possam estar vendo alvos fáceis na pacata Venâncio.Diante do quadro é preciso perguntar: cadê as contrapartidas? Com a construção do presídio fechado em lugar do semiaberto, foi acordada a construção de Posto Policial em Estância Nova, mais policiamento em Venâncio, transformar o Pelotão da Brigada em Batalhão, construção de uma nova Delegacia de Polícia. Tudo foi aceito no governo Tarso. Mas nada foi cumprido.Tenho minhas dúvidas sobre a questão do presídio, mas não descarto a contribuição. O que se vê, é o aumento de marginalidade, com o crescimento da cidade, a impunidade que se verifica em todos os níveis, servindo como estímulo ao ilícito.A Brigada Militar, com efetivo reduzido, a Policia Civil também, penso que tem feito o que lhes é possível. Mas isto, vê-se, não é o bastante. Sei de gente contratando guarda particular para chegar em casa em segurança a noite.Não podemos nos conformar com isso. O tema émanchete desta edição da Folha.
Sérgio Klafke
Venâncio virou uma cidade com medo
é preocupante o que se sente nas ruas de Venâncio, não só da cidade, mas também do interior. As pessoas estão com medo. Medo de chegar em casa a noite. Não de madrugada, mas cedo da noite. Medo de ir ao banco retirar dinheiro, medo de andar nas ruas, coisas que não faziam parte do […]
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