Os últimos meses têm sido de boas notícias quando o assunto é o asfaltamento da ERS-244, rodovia que liga Venâncio Aires e Vale Verde. Considerada uma obra de extrema importância não só para os dois municípios, mas para toda a comunidade regional, a pavimentação tem ganhado espaço em vários veículos de comunicação, uma vez que a demanda é de quase 30 anos e, agora, parece mesmo que teremos um final feliz.
Há pelo menos duas dezenas de máquinas, caminhões e implementos sendo utilizados na preparação da estrada por funcionários da Construtora Pelotense, que detém o contrato da ERS-244. Por enquanto, a empresa toca os trabalhos em virtude de ter recebido R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil. Uma delas, aliás, foi repassada pelo Governo do Estado antes das eleições do ano passado, como mostra do interesse de que a obra fosse iniciada sem mais perda de tempo, em razão das vedações impostas pela legislação eleitoral.
Como é de conhecimento geral, uma obra desta magnitude – são cerca de 16 quilômetros de extensão, com necessidade de intervenções relacionadas a acostamento e drenagem, além do asfalto propriamente dito – não sai da noite para o dia. Ao longo da execução, é preciso vencer uma série de prazos e processos. E, neste momento, o desafio das lideranças regionais e entusiastas da estrada é convencer, por meio do diálogo, proprietários de terras por onde a 244 precisa passar a concordarem com as desapropriações. Se quiser, é claro, o Estado pode fazer isso mesmo a contragosto, por se tratar de interesse público, mas todos sabem que as decisões consensuais são sempre as melhores.
Para os próximos meses, a tarefa será dialogar com duas famílias que têm fazendas no trajeto projetado. Uma delas, conforme apurou a reportagem da Folha do Mate, está disposta a negociar. Outra, no entanto, apresenta um cenário de resistência à ideia. Será necessário ter habilidade para, com argumentos, mostrar que a pavimentação da ERS-244 servirá como mais uma mola para o desenvolvimento da região e, além disso, vai inclusive valorizar os imóveis destas famílias. O grupo, que há mais de dois anos está mobilizado pelo asfalto, sabe o que precisa fazer. Tomara que dê tudo certo e a harmonia impere no fim das tratativas. Seria o melhor cenário, sem sombra de dúvida.