O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) está em desenvolvimento, em Venâncio Aires, desde 2014, ano em que foi habilitado por meio da Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova). De lá para cá, foram investidos quase R$ 2,4 milhões na compra de produtos da agricultura familiar da Capital Nacional do Chimarrão, que tem no programa uma alternativa de renda extra e, também, de incentivo para a diversificação da matriz produtiva.

Na arrancada, há sete anos, eram 30 produtores fornecendo itens, que são repassados para famílias carentes, custeados pelo Governo Federal. Em 2020, último ano em que o PAA funcionou normalmente, o número de produtores habilitados já passava de 100, que repassavam itens para 600 famílias cadastradas. Com a realização contínua ao longo dos anos, o programa passou a fazer parte dos compromissos dos produtores, que precisam projetar as safras para atender a demanda. Só que, em 2021, os agricultores familiares foram surpreendidos com a suspensão dos repasses de recursos.

Agora, os participantes vivem uma realidade de sobra de produtos, muitos que, sem a garantia de transferência ao PAA, vão acabar indo fora. Durante a semana, a Folha do Mate ouviu alguns relatos de agricultores familiares que terão prejuízo com a falta de verbas do Governo Federal. Brócolis, repolho, couve-flor, batata-doce, aipim, rabanete, beterraba, alface e vários outros itens podem ser perdidos, caso não haja uma mudança de cenário ou os produtores não consigam encontrar uma alternativa de comercialização.

O assunto já virou prioridade para a Administração de Venâncio Aires, que tenta colaborar com os agricultores para que não contabilizem tantos prejuízos em suas propriedades. Ainda não há um plano bem definido, mas o poder público está buscando alternativas para que os produtores consigam dar outro destino para os itens que foram cultivados para direcionamento ao programa do Governo Federal.

Há ainda a expectativa de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, retome o programa com força em 2022, com nome diferente: Alimenta Brasil. Só que a dúvida é o que fazer com a produção deste ano, que está nas propriedades, à disposição, e não pode esperar, sob pena de ir fora. Tomara que produtores e autoridades encontrem uma solução para o impasse.