Estiagem. Racionamento. Seca. Mal entramos no mês de dezembro e essas palavras já entraram na pauta dos noticiários e nas reuniões de governos. O momento é de alerta em Venâncio Aires e região, devido aos níveis dos arroios e rios, entre eles, o Castelhano, que abastece 90% da população urbana da Capital do Chimarrão. Este, aliás, seria o tema central do editorial e um dos destaques da edição deste fim de semana, até um forte temporal castigar Venâncio Aires, entre o fim da tarde e começo da noite de ontem. Uma enxurrada alagou ruas, destelhou casas e a chuva de granizo destruiu inúmeras lavouras. Temporal que terminou em tragédia. Além de todo o prejuízo material, um homem perdeu a vida após ser atingido por uma parede que desabou com a força do vento. A manchete que seria sobre o decreto de emergência devido à estiagem, virou decreto de emergência em razão do temporal. Em poucas horas, convivemos com esses dois extremos. É a força da mãe natureza.
Mas, apesar do expressivo volume de chuva, a preocupação com a seca segue. Afinal, o temporal foi localizado e não vai resolver a situação da estiagem. Nesta semana, a Corsan emitiu um alerta que levou o prefeito Jarbas da Rosa a convocar reunião de emergência para tratar, principalmente, do arroio Castelhano.Na área rural, a situação também é de preocupação, tanto com as lavouras castigadas pela falta de chuva e agora, pelas inúmeras lavouras de tabaco que foram destruídas pelo granizo e pelo vento. Neste ano, as culturas agrícolas já registram perdas que já chegam a 20% na safra de verão devido à seca. Agora, no auge da safra de tabaco, mais prejuízos serão contabilizados, desta vez, na tabela do granizo.
Apesar do susto e desta tragédia causada pelo temporal, o momento segue de alerta e também de apelo à comunidade, para que o uso da água seja racional. Sem desperdícios. Mas a população também clama por soluções para que Venâncio Aires tenha uma ou mais alternativas de abastecimento. A expectativa é pela definição de um investimento que garanta a curto, médio e longo prazo uma solução para o abastecimento. Pelo contrato firmado com o Município, a Corsan tem até 2025 para apresentar e executar uma obra que garanta essa ‘alternativa’. Neste ano, a companhia já anunciou a construção de um reservatório de 500 mil litros no bairro Bela Vista. O investimento de R$ 4,1 milhões promete ampliar em 21% a capacidade de reserva de água no município. O detalhe é que a obra tem prazo de 630 dias para ficar pronta. Ou seja, nem neste e provavelmente nem no verão de 2024, o reservatório vai ficar pronto.
Na última semana, o presidente do Legislativo, Benildo Soares, voltou a pleitear a construção de um Lago Artificial no município. Em reunião com representantes da Corsan, ficou definido que o projeto será incluído no estudo de viabilidade da Corsan, que provavelmente se dará no início de 2023. Fato é que os venâncio-airenses vão ingressar em mais um verão sem um investimento concreto e que possa garantir o abastecimento de água para as futuras gerações. Estamos atrasados. A pauta é urgente.