E m todo início de mandato, é normal a comunidade buscar informações sobre quem serão os secretários municipais, os assessores diretos das pastas e os cargos em comissão (CCs) e funções gratificadas (FGs) escolhidos pelo prefeito, vice e partidos que dão suporte à Administração. Isso porque são todos empregos públicos e que geram expectativa no sentido da capacitação das pessoas que terão a oportunidade de mostrar trabalho durante quatro anos.

É histórica a preocupação em relação aos gastos com CCs e FGs, pois os trabalhadores que ocupam os cargos ou são contemplados com as funções normalmente têm remunerações consideradas acima da média da iniciativa privada. Por isso, e por outras situações, a vigilância costuma ser ferrenha no que se refere à performance dos profissionais indicados. O primeiro quesito para a indicação é a confiança, seja dos gestores – prefeito e vice – ou dos partidos governistas.

Muito se fala em cargo por ‘apadrinhamento’, e todos sabemos que há esta relação em qualquer Administração, mas o que também é preciso ficar claro é que um prefeito precisa ter ao seu lado pessoas leais e alinhadas com o seu pensamento, pois somente dessa maneira conseguirá implementar suas ideias, iniciativas e projetos dos mais variados. Ao mesmo tempo em que existem indicados que não cumprem à risca com as suas obrigações, há também os que fazem mais do que a função exige, com dedicação extrema às suas atividades.

Assim é em todos os lugares, sem exceção: há os bons e os nem tão bons assim. Mas, quando o emprego é publico, por meio de indicação, é importante que, além da vigilância dos contribuintes, exista um monitoramento da cúpula governista, pois cada servidor, seja ele de carreira ou não, exerce papel fundamental na prestação de serviços aos cidadãos. E, se um servidor vai mal, tem postura inadequada ou deixa a desejar nas atividades do dia a dia, perdem todos: gestores e comunidade.

Ao mesmo tempo em que fecha o primeiro mês de governo com 86 CCs e 44 FGs – números maiores do que o mesmo período do primeiro ano de mandato de Giovane Wickert (PSB), em 2017 -, Jarbas da Rosa (PDT) reforça o compromisso de gastar 30% menos com cargos de confiança ao longo de quatro anos, uma promessa que fez durante a sua campanha para a Prefeitura. Mais do que isso, afirma que os indicados estarão permanentemente sob avaliação, inclusive com os primeiros relatórios de desempenho sendo entregues no fim de março, quando serão completados quatro meses de governo.

Como em todo início de processo, é importante dar crédito às pessoas que foram escolhidas democraticamente para dar rumo a Venâncio Aires nos próximos quatro anos. Em tempos de pandemia, as demandas aumentaram e este é um argumento que se pode admitir em relação ao número de servidores à disposição do Executivo. É importante, contudo, que todos honrem sua colocação, dediquem-se para atender às expectativas da comunidade e saibam que, a todo momento, terão seu trabalho sob análise. Jarbas faz bem em alertar sobre a necessidade de resultados. O servidor público é valoroso e a categoria não pode ser maculada pelos maus.