Cheia e devastação

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Há algum tempo não vivíamos uma semana tão carregada de tristeza, frustração e impotência. Depois de todo o desespero que os moradores de Vila Mariante e adjacências passaram – quando a água do rio Taquari subiu de maneira nunca antes registrada em toda região, engoliu a localidade -, a quinta e sexta-feiras foram de contabilização de prejuízos e busca de forças para recuperar o que a enchente não levou embora. O cenário no segundo distrito ainda é de devastação total. Houve quem ficou sem casa, já que pelo menos 15 moradias foram destruídas pela água, de acordo com registro das autoridades.

As histórias se multiplicam em Vila Mariante e todo segundo distrito. Há quem salvou e quem foi salvo. Alguns se valeram de galhos de árvores para sobreviver, outros tiveram que apelar para os telhados das casas. Pegas de surpresa pela velocidade da cheia, famílias inteiras ficaram ilhadas por muitas horas, já que muitas pessoas, acostumadas com enchentes, não acreditavam que a situação tomaria a proporção que tomou. A melhor de todas as notícias é que, em Venâncio Aires, não perdemos vidas. O que, infelizmente, ocorreu em outros municípios do Rio Grande do Sul, a maioria deles bem próximos da Capital do Chimarrão. Até esta sexta-feira, 8, eram 41 mortes confirmadas.

Tristeza recente maior do que esta, só a pandemia de Covid-19, que durou mais de dois anos e levou tanta gente. E, a exemplo do que aconteceu no pós-pandemia, vamos ter que reunir forças para superar mais um momento de dor, sofrimento e aflição. Vila Mariante e as localidades próximas, que também foram atingidas, vão precisar de toda ajuda possível. E a comunidade de Venâncio Aires está dando mostras de que não vai fugir da sua obrigação. Nos últimos dias, milhares de itens foram recebidos como doação e, para que cheguem a quem realmente necessita, servidores públicos e voluntários se desdobram para atender necessidades.

Não há outra maneira de seguir em frente, a não ser juntar os cacos e levar deste episódio triste os bons exemplos que tivemos. Sem esquecer, é claro, que com a natureza não se brinca. Precisamos estar vigilantes às necessidades dos nossos irmãos atingidos por uma das maiores enchentes da história e não devemos pensar duas vezes quando for necessário estender as mãos. A comunidade do segundo distrito já provou, em outros momentos, que tem força e fibra, mas desta vez o baque foi mais violento.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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