Que dias ‘carregados’ estamos vivendo, não é mesmo? Desde a chacina registrada em uma creche em Blumenau, em Santa Catarina – onde um jovem de 25 anos matou quatro crianças indefesas e feriu outras cinco, pelo menos, com golpes de machadinha -, não se ouve falar de outro assunto que não seja a possibilidade de atentados em escolas. Isso está acontecendo em Venâncio Aires, na região e no país todo.
Isso porque, a partir do brutal episódio, muitos desocupados, sem noção, inconsequentes ou seja lá como devemos chamar estas pessoas, se aproveitam de um momento de tensão, preocupação, medo e impotência para divulgar informações falsas. Parecem se divertir com o drama alheio, em especial de pais que deixam seus filhos nas instituições de ensino e vão para o trabalho, onde sequer podem se concentrar nas atividades.
Ao mesmo tempo, sociedade, autoridades e representantes das forças policiais tentam se unir para garantir às comunidades escolares uma mínima sensação de segurança. Enquanto educandários da rede privada se antecipam e contratam vigilantes, bem como reforçam o videomonitoramento, as escolas públicas ficam à espera de ações práticas. É assim que funciona e sempre vai ser. O que precisamos fazer é pensar qual é o nosso papel neste cenário. O que podemos fazer para contribuir para que tenhamos dias mais tranquilos?
No caso dos pais, uma situação se tornou latente nos últimos dias. São chamados à responsabilidade sobre seus filhos no sentido de saberem o que eles levam para a escola, seja nas mochilas ou mesmo na cabeça, pois todos sabemos que o mundo virtual está aí para quem quiser acessar qualquer tipo de conteúdo. Ou seja, a vigilância precisa ser coletiva, começar em casa, e não apenas na cobrança de que um segurança esteja na porta da escola todos os dias. Isso seria o ideal, mas o mundo real não se apresenta dessa maneira.
Apesar do temor, não podemos nos paralisar. É preciso buscar a convergência, o bom senso, por meio do diálogo, para enfrentar a situação e encontrar soluções para os obstáculos que surgirem. Não é de hoje que as escolas convocam as famílias para estarem mais presentes no ambiente de educação, para que acompanhem de verdade a trajetória de seus filhos, portanto, embora seja compreensível toda esta preocupação, o momento também é oportuno para que os pais estejam mais próximos das escolas.
Como tudo na vida, a sensação de insegurança e o medo vão passar. Logo, logo, serão outros os problemas a tirarem o sono dos pais. E a preocupação não vai se restringir à infância dos nossos bens mais preciosos. Vamos ter a saída para a prática de esportes, para a balada, para o rodeio e para dezenas de outras atividades. Mais tarde, para a faculdade e, também, para o trabalho. O perigo, é claro, está em todos os lugares. Quem tem filho na rua, não sossega. Mas isso é o curso normal da vida e precisamos estar preparados para as situações mais espinhosas. O momento é de união, pois só assim o alívio virá.