É destaque da edição impressa deste sábado um tema que tem mobilizado e angustiado dezenas de famílias em Venâncio Aires: o andamento do programa Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução, na modalidade Compra Assistida. Mais de um ano após a enchente histórica que devastou comunidades inteiras, muitas pessoas seguem sem um lar definitivo. Apesar de ser uma política pública essencial para garantir moradia digna à população atingida, o processo tem sido marcado por lentidão, falta de informações claras e uma crescente sensação de insegurança.
o programa é voltado a moradores que tiveram as casas destruídas ou interditadas após a enchente de maio de 2024. Em Venâncio, foram aprovadas 341 unidades habitacionais pela Caixa Econômica Federal. No entanto, apenas 111 famílias já foram convocadas.
Entre os atingidos que aguardam respostas do programa federal estão Antônio Brandão e Rose Pereira, de Vila Mariante. Com a casa condenada por laudo técnico, o casal, que atualmente reside no Centro, conta com o auxílio do aluguel social, benefício que já atendeu 306 famílias no município e hoje contempla 185. O temor do casal é de que esse auxílio termine antes de terem a garantia de uma casa definitiva. Enquanto isso, os imóveis abandonados são saqueados, trazendo ainda mais indignação a quem já perdeu tudo na enchente.
A Prefeitura afirma que vem cumprindo sua parte: mapeou os imóveis destruídos e mantém diálogo constante com o Ministério das Cidades. No entanto, o que se percebe é lentidão e confusão nos critérios de convocação, que são determinados pelo Governo Federal. Espera-se que um programa de âmbito federal conte com critérios rigorosos, mas falta clareza no processo. É urgente que o Governo acelere os trâmites, corrija os erros e implemente canais de comunicação mais eficientes com municípios e cidadãos. Para dar visibilidade às angústias, a Câmara de Vereadores promoverá uma audiência pública, a exemplo do que já ocorreu em Eldorado do Sul. Será um espaço de escuta e de cobrança por celeridade e justiça.
O Compra Assistida precisa cumprir sua promessa: garantir às famílias atingidas a chance de recomeçar com dignidade, em um lugar seguro. E, se não for por esse caminho, que haja alternativas reais e rápidas dentro de outros programas habitacionais. A reconstrução passa, necessariamente, por um lar definitivo para essas famílias.
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