Os últimos dias vêm sendo marcados por batalhas. Parece até difícil de acreditar se considerarmos que, até pouco tempo atrás, os discursos eram cheios de expectativa pela volta à normalidade e esperança com a chegada da vacina contra a Covid-19. Nos enganamos com as projeções.
Sim, a pandemia de Covid-19 veio com tudo! Mais forte, mais agressiva, com variantes potencialmente mais transmissíveis. E matando mais.
O indicativo disso é a bandeira preta que pintará o mapa do estado de Norte a Sul, pelo menos por mais duas semanas, e um novo lockdown em Venâncio Aires, neste fim de semana.
A situação é dramática. Depois de um ano de pandemia, pela primeira vez ouve-se falar, inclusive, em cenário de guerra dentro de hospitais e unidades de pronto atendimento. Uma expressão forte, mas que caracteriza não apenas a terceira onda da doença, mas o período mais grave da pandemia.
Diante deste cenário, as lutas diárias se tornaram ainda mais necessárias e urgentes. Nesta conta, não entra apenas a luta pela saúde de cada um, mas também a luta do empresário pelo seu negócio, a luta dos trabalhadores pelos seus empregos, a luta dos profissionais de saúde contra o esgotamento físico e mental, a luta dos gestores por mais recursos financeiros e humanos, a luta dos pacientes para respirar e se recuperar, a luta para sobreviver.
Os recordes de internações hospitalares levaram os hospitais gaúchos a situações dramáticas nesta semana, com taxas de ocupação superiores a 100%. Em Venâncio Aires, a direção do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) declarou situação de colapso na noite de quinta-feira, 4. Somente nesta semana, Venâncio Aires confirmou cinco óbitos, chegando a 51 vidas ceifadas pela Covid desde o início da pandemia. Também foi nesta semana que o município mais registrou casos da doença. São 824 novos casos em uma semana. Em meio a este caos, já imaginou se o nosso hospital não tivesse estrutura de UTI? A luta, no passado, para a implantação da UTI – inaugurada em 2013 – hoje coloca o hospital como uma referência na microrregião e em todo estado.
O HSSM chegou ao seu limite, por isso, o que devemos e podemos fazer é lutar, com as armas que temos: a prevenção, o distanciamento, o respeito aos protocolos. Estamos todos conectados. Quando você se cuida, está cuidando de todos!