Damos início ao mês de junho, após um maio que parecia interminável. Nos últimos 30 dias, vivemos um dos mais tristes e difíceis capítulos da história gaúcha. Enchentes que resultaram na maior catástrofe climática do estado. Ainda sentimos os impactos e estamos longe de voltar à realidade ou ao chamado “novo normal”. A palavra de ordem, agora, é reconstrução.
Deixamos para trás essa folha do calendário certos de uma coisa: não podemos e não devemos esquecer o que, até agora, os olhos custam a acreditar. Precisamos aprender com o passado para escrever o futuro. Esse é o slogan do movimento Novas Páginas, lançado nesta semana, pelo grupo Folha do Mate, Rádio Terra FM e agência Traço D.
O nome da iniciativa já resume o objetivo de promover uma reconstrução que visa um legado mais seguro e responsável para as próximas gerações. Monitoramento, cooperação regional e recursos para tirar do papel são os principais desafios do pós-enchente. Há muito a ser feito e podemos iniciar pelo básico, que ainda não temos, como um monitoramento eficaz do volume da chuva e uma régua de medição capaz de acompanhar os níveis históricos dos rios e arroios da região.
O movimento Novas Páginas busca, por meio do jornalismo de soluções, pautar a reestruturação. Parte disso será ouvir especialistas, gestores e cobrar soluções. É preciso tirar do papel projetos que há tanto tempo estão em gavetas. Adormecidos. A discussão e reflexão sobre os desafios após a enchente foi pauta, na quarta-feira, 29, do primeiro painel Gente & Negócios de 2024. Um evento criado pela Folha e Terra FM, justamente, para debater desafios e oportunidades em diferentes áreas. Em meio a tudo que os gaúchos estão vivendo, a temática não poderia ter sido outra. Na fala dos painelistas convidados,o tema de casa ficou claro: precisamos pensar as cidades de forma mais sustentável e de forma integrada. Vivemos grudados e margeados pelos mesmos rios e arroios. Não é tarefa simples, fácil e barata, mas precisa ser executada.
Agora, os esforços estão concentrados na infraestrutura e no restabelecimento da economia, mas é urgente um plano de trabalho para prevenir e mitigar os efeitos de novos eventos climáticos, que tendem a ser cada vez mais frequentes. Para dar continuidade a esse debate, o movimento Novas Páginas busca a adesão de toda a sociedade local e regional. Não é virar a página e esquecer, precisamos escrever novas páginas. Vamos juntos?