Esperança em meio às incertezas

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Nos últimos dias, a comunidade de Venâncio Aires lamentou quatro perdas em razão do coronavírus. As vítimas foram pessoas com idades de 83, 67, 58 e 54 anos, que não resistiram às complicações da doença. A informação que tínhamos, localmente, era de que quem precisava de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sucumbia à Covid-19. Mas esta realidade mudou na quinta-feira, dia 7 de maio. Após quase duas semanas na UTI do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Maicon Acosta Escalante, de 30 anos, teve alta e pôde ir para casa. Ao superar momentos críticos impostos pela doença, ele se tornou figura emblemática na batalha contra o ‘inimigo invisível’, que tanta dor tem causado na Capital Nacional do Chimarrão e mundo afora.

Embora o número de casos confirmados em Venâncio Aires aumente a cada dia – o que traz preocupação e medo -, temos, mais do que nunca, a certeza de que a luta vale a pena, que todos os esforços diante desta situação adversa fazem a diferença e de que teremos dias melhores em breve. É uma notícia que renova a esperança, pois vivemos um momento de incertezas, em que as informações negativas se acumulam de forma exponencial. A vitória pessoal de Escalante é uma vitória de todos, já que a população está cansada de comunicados ruins e precisa de fatos como este para ‘voltar a respirar’ e recarregar as energias para dar sequência ao enfrentamento do vírus.

Não tem sido fácil, é verdade. UTI quase cheia, angústia à flor da pele e centro de triagem estruturado para eventual necessidade extrema de leitos para pacientes. Se ainda não temos caos em Venâncio Aires em virtude do coronavírus, é porque nos preparamos para este momento nada agradável. Temos muitos casos da doença por aqui, mas é preciso levar em consideração que também testamos mais pessoas do que em outros municípios. Muitas das confirmações estão relacionadas à cidade vizinha de Lajeado, mas somos nós que vamos cuidar dos nossos doentes. É preciso dizer que as autoridades têm tomado todas as providências necessárias no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia. Não há omissão. Há atitude e medidas concretas.

Ninguém sabe o quanto este cenário permanecerá, mas por aqui já entendemos o que precisa ser feito. As ações vão muito além de lavar as mãos com sabão e usar álcool em gel. Assim que o uso de máscaras foi declarado obrigatório, em menos de uma semana já era possível notar a adesão em massa da comunidade. As atividades comerciais foram flexibilizadas, mas notadamente os proprietários de estabelecimentos fizeram de tudo para atender às exigências constantes no decreto de calamidade pública da Prefeitura. Lógico que há descumprimentos, porém, no geral, o que vemos é uma sociedade disposta a colaborar. Os vacilos são raros, estão sendo fiscalizados e punidos.

Talvez em nenhum outro momento da história de 129 anos da Capital do Chimarrão – que serão completados na segunda-feira, dia 11 de maio – o ditado de que ‘estamos todos no mesmo barco’ tenha sido tão significativo. E não é de se admirar que os venâncio-airenses estejam servindo de exemplo. As demonstrações de solidariedade se multiplicam, a adesão às determinações de cunho preventivo se consolida e o franzir da testa soa como cobrança para os poucos que ainda resistem à realidade. O inverno se aproxima e, pelo que sustentam os especialistas, o coronavírus continuará a testar todos. Que as perdas que tivemos até agora sejam sempre lembradas e que a vitória pessoal de Maicon Acosta Escalante possa nos manter firmes em busca de dias melhores. Em tempos em que as más notícias são maioria, que as boas informações possam acalentar nossas almas e alimentar o desejo de superação. Não há mal que nunca acabe.

    

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