Reportagem especial publicada nas páginas 18 e 19 da edição imprensa da Folha do Mate traz a análise de mais um estudo da IPC Marketing Editora em relação ao potencial de consumo dos venâncio-airenses. A empresa paulista elabora há mais de duas décadas o IPC Maps, um levantamento que disponibiliza informações demográficas e de poder de consumo dos 5.570 municípios brasileiros. É o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial em 22 categorias e por classes sociais.

A atualização do IPC Maps aponta que os venâncio-airenses devem fazer circular na economia local, até o fim de 2020, R$ 1,785 bilhão em itens como alimentação, eletrodomésticos, bebidas, vestuário, educação, recreação e gastos com veículo próprio, por exemplo. São R$ 3 milhões a mais do que no ano passado, quando o montante chegou a R$ 1,782 bilhão. Há um leve incremento de 0,16%, que remete a uma estagnação do potencial de consumo na Capital Nacional do Chimarrão.

No atual contexto, no entanto, a estagnação não pode ser encarada como demérito ou prejuízo. Isso porque estamos em plena pandemia de coronavírus e, ao contrário da maioria dos municípios brasileiros, que tiveram redução no poder de compra dos cidadãos, Venâncio Aires se coloca entre as cidades que podem sair com um pouco menos de dificuldades da recessão que, sabemos, vamos enfrentar logo ali na frente.

De acordo com o sócio-diretor da IPC Target Marketing, Marcos Pazzini, a projeção média para o Brasil é de uma queda de 5,39% no consumo das famílias e 5,89% no Produto Interno Bruto (PIB). Dessa forma, na opinião do engenheiro – que é especializado em Marketing e coordena o IPC Maps desde 1994 -, a Capital do Chimarrão está se saindo melhor na crise do que a maioria das demais cidades do país. Fato que se comprova, completa Pazzini, pela subida de três posição em nível nacional no ranking de potencial de consumo: do 383º para o 380º lugar.

Mesmo a informação trazida pelo levantamento de que Venâncio Aires perdeu 1.207 empresas no período de um ano não pode ser entendida como terra arrasada. Como vínhamos em um processo gradual de retomada da economia em 2019 e início de 2020, muitos profissionais que tinham decidido empreender em 2017 e 2018 encerraram suas atividades como pessoas jurídicas e voltaram a ter carteira de trabalho assinada como empregados. Neste cenários precisam ser contabilizados também os microempreendedores individuais (MEIs), cujos registros geralmente sofrem alterações significativas dependendo do momento econômico vivido.

Por óbvio, a situação está longe de ser favorável e teremos uma dura missão após a pandemia de Covid-19. Talvez tenhamos um ou dois anos de cintos apertados, de necessidade de contenção de despesas e de perdas de empregos, mas pelas projeções dos especialistas, o golpe será suportável e, no caso de Venâncio Aires, deixará menos sequelas do que em muitos outros municípios. Tomara que eles estejam certos, pois queremos continuar sendo terra fértil para investimentos que contribuam para a geração de emprego e renda para os nossos cidadãos. Todos os esforços devem ser neste sentido.