Estamos gastando R$ 8 milhões com lixo? Talvez seja essa a pergunta que muita gente vai fazer ao ler reportagem nas páginas 18 e 19 da edição deste fim de semana. Esse valor milionário é o que a Prefeitura de Venâncio Aires tem gasto, por ano, com a coleta, transporte e destinação de resíduos. Somando os contratos atuais, são R$ 672 mil por mês.

Mas, antes de apontar o dedo para A ou B, buscando culpados, que o dedo seja colocado na nossa consciência: os venâncio-airenses estão descartando 52 toneladas de lixo por dia, o que dá 1.560 toneladas por mês. Com tanto volume para recolher e transportar, naturalmente o processo ficou mais caro, afinal, parte dos contratos prevê custo por peso.

A Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal entende que o aumento do volume passa por fatores como população, a não separação adequada e a ampliação da coleta, já que o número de contêineres é maior em relação a 2022, quando o Município mudou o sistema. Mais lixeiras, mais resíduo depositado. Mas, nesse último ano, outro impacto é a falta de triagem. Desde fevereiro de 2024, após rescisão contratual com a empresa que fazia a triagem, a usina de Linha Estrela foi transformada em área de transbordo, ou seja, hoje, absolutamente tudo que é coletado pelos caminhões no município acaba seguindo para o aterro em Minas do Leão.

A Prefeitura garantiu que a usina será reativada e que a tendência é de que seja através de uma parceria público-privada. Ao mesmo tempo, o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) pensa numa solução para os 17 municípios consorciados e buscará recursos federais para viabilizar um ou dois espaços regionais de triagem e transbordo de resíduos.

A pauta é urgente e de interesse de todos, porque, além do que representa financeiramente para as prefeituras — portanto, também para o bolso dos contribuintes —, o fator ambiental pede socorro.

A poluição está aos olhos de todos, basta observar alguns contêineres, onde material reciclável está depositado em contentor para orgânicos, ou pegar como exemplo o que foi retirado das margens do arroio Castelhano na ação Viva o Taquari-Antas Vivo, na semana passada. Até privada e sofá…

Sim, R$ 8 milhões assustam e é essa a média anual do que se gasta com lixo em Venâncio. Que o poder público faça sua parte e que cada venâncio-airense também assuma a sua responsabilidade. Fazer uma compostagem para orgânicos em casa e separar os resíduos recicláveis é um bom começo. Atitudes conscientes não custam dinheiro.