Com a água das enchentes do rio Taquari e do arroio Castelhano baixando, surgem incontáveis imagens da devastação causada pela catástrofe climática que atingiu Venâncio Aires. Nos próximos dias, tudo indica que, quem ainda não conseguiu voltar aos locais onde residia, vai conseguir acessá-los. Só que muitas pessoas – no caso de Vila Mariante, a maioria – não encontrarão nada além de entulhos nos terrenos onde, um dia, estavam suas casas. Talvez alguma foto, um eletroeletrônico destruído, um veículo danificado, uma lembrança do que foi um projeto de vida, mas não mais do que muita tristeza e decepção.
É o momento de ver com os próprios olhos, para acreditar, o rastro de destruição que a água deixou em várias localidades da Capital do Chimarrão. Em seguida, viver o luto e, no menor tempo possível, buscar a recomposição. Isso porque, por mais dura que seja a realidade neste momento, teremos que encontrar forças para iniciar o processo de reconstrução do nosso município. Quase todos os gaúchos estão nesta mesma situação. Não vai ser fácil, claro que não. Mas vamos precisar do que chamamos de ‘algo a mais’ para mudarmos, aos poucos, o cenário de devastação.
Em momentos como este, qualquer iniciativa positiva é bem-vinda. Comprar no comércio local – como incentiva a campanha lançada nesta sexta-feira, 17, pela Prefeitura de Venâncio Aires e vários parceiros, entre eles o jornal Folha do Mate e a rádio Terra FM 105.1 – é de extrema importância para que a roda da economia continue a girar e os empregos sejam mantidos. Doações continuam sendo fundamentais e, a partir de agora, não serão necessários apenas itens de higiene e limpeza, água, comida, roupas, calçados, colchões e cobertores. Estamos chegando à fase dos móveis, eletroeletrônicos e outros objetos específicos para que as famílias possam mobiliar os lugares onde vão passar a viver.
É hora de Venâncio Aires potencializar o seu voluntariado, o dom do acolhimento e a preocupação com o próximo. Hora de provarmos para nós mesmos que temos condições de reerguer o que foi derrubado, de realocar quem ficou sem casa, de ajudar quem perdeu a sua história e começar a reescrevê-la. Ninguém vai dormir 100% sossegado enquanto soubermos que crianças estão em abrigos. Vamos todos estender a mão, da forma que pudermos. É hora de reconstruir.