A preocupante crise financeira do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) voltou à pauta na semana que passou e abriu feridas que, talvez, não irão cicatrizar jamais. Após entrevista do administrador da casa de saúde, Luís Fernando Siqueira, no programa Terra em Uma Hora – da Rádio Terra 105.1 FM e Folha do Mate -, o médico Júlio Artus, integrante do corpo clínico da instituição, também se manifestou e jogou a responsabilidade da operação deficitária no ‘colo’ da Prefeitura.
Ao afirmar que “a gestão é do Município e, se o Estado ou a União não estão fazendo repasses suficientes, a responsabilidade da cobrança é da Administração”, o profissional tornou pública uma crítica ao prefeito Jarbas da Rosa e, por consequência, ao secretário de Saúde, Tiago Quintana. A manifestação caiu como uma ‘bomba’ na Prefeitura e, ainda na quinta-feira, 28 – mesmo dia da publicação da matéria na edição impressa da Folha do Mate -, os gestores trataram de responder à ‘provocação’.
Prefeito e secretário afirmaram que a gestão do HSSM não é do Município, contrariando o que o médico disse. Jarbas foi mais além e declarou que, embora a Prefeitura não seja a responsável por gerir o hospital, estaria disposto a assumir esta condição, caso seja preciso. Os representantes do governo comentaram que a intenção não é criar atrito com a diretoria da instituição de saúde, mas ao mesmo tempo salientaram que não poderiam deixar passar em branco uma situação que não condiz com a realidade. “A verdade é que o hospital não fecha por conta do socorro da Prefeitura”, emendou Jarbas.
Quintana destacou que os recursos próprios investidos pela Prefeitura no HSSM aumentaram 70% desde que a atual gestão assumiu e enalteceu a parceria entre poder público e hospital em busca de soluções para conter a sangria que gera R$ 850 mil mensais de déficit. Para ele, Júlio Artus teria demonstrado “total desconhecimento a respeito do assunto” ao sugerir que a Prefeitura interfere na gestão da casa de saúde. Ao revelar que o corpo clínico interrompeu a realização de cirurgia eletivas durante esta semana – pelo fato de que os salários estavam atrasados -, o secretário também disse que todos precisam fazer a sua parte no sentido de colaborar para que o HSSM consiga recuperar a saúde financeira.
Enfim, todas as opiniões a respeito do problema foram externadas. Não há unanimidade sobre o que pode ser feito, contexto que o administrador Luís Fernando Siqueira ressaltou em sua participação na Terra FM, mas a comunidade espera que todos os envolvidos no processo sejam sensibilizados por um sentimento comum que carregam: a preocupação com o nosso hospital, que também atende pessoas de Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde. Talvez um dia todos sintam-se orgulhosos por terem sido protagonistas de uma reviravolta em relação ao HSSM. Apesar das diferenças, todos sonham com isso.