Novo ano, batalha que se renova. Esta tem sido a realidade do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), que opera com déficit mensal oscilando entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão, o que, ao final do ano, gera um rombo de aproximadamente R$ 10 milhões. A saída mais rápida e eficiente para este problema tem sido a passada de pires em gabinetes de deputados federais e senadores, em Brasília. Os membros da diretoria da casa de saúde já sabem de cor o período em que os parlamentares iniciam os trâmites de envio de emendas e têm marcado presença na capital federal nos últimos anos para fazer as entregas das solicitações pessoalmente aos políticos.
Em 2024, obviamente, não vai ser diferente. Presidente e administrador do HSSM, Marcelo Farinon e Luís Fernando Siqueira, respectivamente, estão quase de malas prontas para Brasília. No fim de fevereiro – em menos de dois meses, portanto -, eles embarcam para mais uma peregrinação pelos gabinetes. Possivelmente sejam acompanhados pelo prefeito Jarbas da Rosa ou o secretário de Saúde, Tiago Quintana, que também já estiveram na capital federal em outras ocasiões, com o mesmo propósito. O Executivo costuma fazer parte destas jornadas tanto pela questão da representatividade política, quanto pelo fato de que, se os recursos para equilíbrio das contas não brotarem de algum lugar, acabam tendo que sair do próprio cofre.
E, por falar em política, desde já os vereadores e outros militantes que tenham contatos com deputados estaduais e federais, bem como com os senadores, estão sendo convocados para auxiliar no que se refere ao acesso aos parlamentares. Ao contrário de outros anos, quando as comitivas da Capital do Chimarrão iam a Brasília e deixavam pedidos a varrer, muitas vezes sem ter certeza do que poderia ou não ser colhido, desta vez há meta de emendas parlamentares a ser conquistada: total de R$ 4 milhões.
Em caso de sucesso, estaríamos falando do dobro do valor obtido em 2023, quando a instituição de saúde recebeu R$ 2,1 milhões – R$ 1,6 milhão veio como custeio, o que garante ao hospital a liberdade para aplicar como considerar melhor. Além dos repasses de Brasília, o hospital teve outros R$ 5,6 milhões de receitas extras em 2023, incluindo os R$ 3 milhões da venda de um terreno. E a engrenagem segue funcionando, porque o hospital não pode parar jamais.