As marcas das cheias do arroio Castelhano e do Rio Taquari, em Venâncio Aires, vão ficar para sempre. Os momentos de dor, tensão e desespero estarão vivos na memória de quem enfrentou a maior enchente da história do Rio Grande do Sul. Traumas virão à tona com alguma frequência, pois é impossível apagar as lembranças de tudo o que aconteceu por aqui.
Os prejuízos ainda são contabilizados por muitas famílias e há quem ainda esteja em busca de apoio do poder público, seja para acessar o Auxílio Reconstrução de R$ 5,1 mil, ganhar uma nova casa ou ser contemplado com o aluguel social. Talvez, para quem não reside nas áreas mais afetadas, a vida tenha voltado ao normal, mas os que voltaram para suas casas e tentam refazer a vida, certamente vivem muitas dificuldades.
Em meio a todos os contratempos, a comunidade também precisar se reerguer e, pelo menos, lutar para superar o episódio. Lá se vão mais de sete meses desde que a tragédia climática assolou o estado e muito ainda precisa ser feito para deixar tudo no lugar outra vez, e isso não é somente em relação à população. A Prefeitura de Venâncio Aires também está às voltas, durante todo este período, com os trabalhos de limpeza, patrolamento de estradas e construção ou conserto de várias pontes.
É demanda que não acaba mais e que tem consumido diariamente os servidores da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), que conta também com o auxílio de profissionais de outras pastas para dar conta de atender todos os pedidos. Mesmo assim, os braços não alcançam a todos e o tempo de espera, por vezes, desagrada quem tem a sua solicitação em aberto.
Apesar de toda a dedicação e tentativa de agilizar os trabalhos, a Sisp depara com situações corriqueiras da Administração e, muitas vezes, atua de forma paliativa, para que determinado problema não se acentue. É preciso lembrar que, além do rastro de destruição deixado pela catástrofe, tudo o que estava por fazer, antes da enchente, segue por ser feito. Obviamente, todo mundo quer ter sua demanda atendida o mais rapidamente possível, mas também é preciso que as pessoas tenham um pouco de paciência e entendam que passamos por algo que, talvez, não acontecerá novamente em 100 anos.