Mais de 270 dias depois da maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul, o tempo ainda é de espera para milhares de gaúchos. Em Venâncio Aires não é diferente, afinal, muitos moradores de Vila Mariante e Vila Estância Nova atingidos pela enchente do rio Taquari, esperam por uma casa própria.
Também há que ainda nem recebeu o Auxílio Reconstrução do Governo Federal. É o caso de Nilda Maria Rosa Schwingel Bergenthal, 70 anos. A história dela é contada em reportagem das páginas 20 e 21 da edição de hoje. Depois que saiu de Linha Chafariz, em 30 de abril de 2024, foram 35 dias no abrigo de Linha Mangueirão e, desde junho passado, está no aluguel social custeado pela Prefeitura de Venâncio Aires – são atuais 237 famílias.
Nilda tem o sonho de morar novamente numa casa própria e que seja num lugar seguro. Enquanto espera por isso e pelos R$ 5,1 mil prometidos pela União, busca entender, nas palavras dela, a demora para as coisas andarem. Vale lembrar que, em junho, durante visita do governador Eduardo Leite, o secretário estadual de Habitação e Regularização Fundiária, Carlos Gomes, disse que as primeiras casas previstas na área do antigo Instituto Penal de Mariante (IPM), deveriam ser concluídas até setembro, no máximo em outubro de 2024. Isso não aconteceu e, por enquanto, o local que vai receber 72 casas, segue vazio.
Tanto Prefeitura quanto Estado afirmam que não há entraves e de que os processos estão andando dentro do cronograma, considerando a burocracia necessária com licitações e encaminhamentos para as obras de infraestrutura. Enquanto isso, não se tem certeza de quantas pessoas serão beneficiadas pelo programa federal Compra Assistida, nem quando as listas serão divulgadas. Até agora, apenas 24 nomes estão elegíveis, de um total de 309 enviados pelo Município. Ainda, quase 500 nomes seguem em análise da União para receber o Auxílio Reconstrução.
Nove meses depois, nenhuma casa prometida devido à enchente, começou a ser construída. Fato é que ninguém ficou desamparado e, de uma forma ou de outra, tem um teto sobre a cabeça. Mas também é verdade que a comunidade acreditou nas promessas de agilidade e tem urgência para retomar a própria vida, o que inclui uma casa para chamar novamente de sua.