Venâncio Aires, o município da região com mais casos confirmados de Covid-19, vai participar, com outras 13 cidades, de um estudo que apresentará a prevalência da doença no Vale do Rio Pardo. Com a aplicação de 5 mil testes rápidos na população regional, será possível apurar a chamada soroprevalência do vírus e definir estratégias para conter o novo coronavírus.
A parceria entre o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) e a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) vai permitir, pela primeira vez desde o começo da pandemia, que os gestores públicos tenham um panorama real da doença em cada município, indo além do que sabe-se até agora, que são os casos confirmados, recuperados e óbitos na região. O início do estudo está marcado para 18 de julho.
Com a pesquisa será possível analisar o avanço da doença e, com os dados das testagem, tomar as medidas necessárias. Aliás, conter o avanço da doença é fundamental para evitar uma bandeira vermelha na classificação de Distanciamento Controlado do Governo do Estado, como temem os prefeitos. Nesta sexta-feira, 26, na última atualização feita pelo Estado, a região continuou classificada na bandeira laranja.
Segundo o coordenador da pesquisa, o professor e infectologista Marcelo Carneiro, a pesquisa também possibilitará identificar, por exemplo, se o isolamento social é uma alternativa eficaz no combate à doença, se ele diminuiu ou não a incidência de casos na região. Para o infectologista, os números da região ainda são baixos se comparados com outras regiões do Brasil, mas a doença está presente e precisa ser controlada.
Infelizmente, até as pequenas cidades entraram no mapa estadual da doença. É o exemplo da vizinha Mato Leitão, que já tem 19 casos confirmados – dez somente nessa semana – e Vale Verde, que tem 13 casos confirmados e registrou o primeiro óbito da doença, nesta semana.
Enquanto o estudo não inicia e as primeiras análises são apresentadas, cabe à população seguir com as medidas preventivas. Não é o momento de ‘baixar a guarda’, de relaxar os cuidados. Todo mundo precisa manter os cuidados, continuar usando máscara e seguir com o distanciamento social.
Não voltamos à normalidade. Não é à toa que o Estado anunciou, no fim desta semana, que fará uma consulta pública digital para ouvir entidades e instituições ligadas à educação e à assistência social sobre o retorno das aulas das presenciais no Rio Grande do Sul. É importante lembrar que, inicialmente, se projetava retornar com algumas etapas de ensino no início de julho, mas são justamente as previsões para julho (que já bate à porta), mês que historicamente registra aumento de casos de doenças respiratórias, que levou o Estado a dar esse passo atrás, mas pensando no futuro, na saúde, nas vidas.
É preciso cautela e informação. Com diagnósticos e análises, como teremos a partir deste estudo, será possível definir cada passo a ser dado, com total segurança.