Prefeitura e Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Venâncio Aires vivem um impasse que, há alguns dias, foi tornado público e deve continuar por mais tempo, sabe-se lá quanto. O funcionalismo quer reaver as perdas salariais do período da pandemia de Covid-19, época em que novos gastos foram proibidos em razão da necessidade de combate ao ‘inimigo invisível’. O índice requerido é de 5,23% e a categoria entende que o Executivo tem condições de atender o pedido. A justificativa do funcionalismo é o superávit apresentado no fim de 2022, especialmente.
Só que a intenção dos servidores esbarra na irredutibilidade do prefeito Jarbas da Rosa, que, em reunião com a cúpula sindicalista, afastou qualquer possibilidade de conceder revisão acima da inflação. De acordo com ele, na data-base, em janeiro de 2023, a categoria vai receber o acumulado do período, considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como de costume. E promete continuar se esforçando em busca de alternativa para prever no orçamento de 2024 – que começa a ser discutido em agosto e vai para a Câmara de Vereadores em novembro – algum índice de recuperação de perdas.
Alertado pela equipe econômica, Jarbas argumenta que uma reprojeção de receitas aponta para queda na arrecadação da Prefeitura e, por isso, sustenta que não irá agir de forma irresponsável. Destaca estimativa de perda de R$ 2,3 milhões só na área da Educação, que contempla a maior parte dos servidores. Além disso, ressalta também recursos a menos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ou seja, mesmo que mantenham a mobilização – que é justa e um direito deles -, os servidores não devem ter êxito na sua reivindicação.
Embora tenham ciência disso, decidiram não deixar o momento passar em branco. Vão paralisar as atividades na próxima quinta-feira, dia 13 de julho, e se reunir no entorno da Prefeitura. E a maior preocupação da categoria é não ser julgada pela comunidade. Apesar de terem conhecimento de que a paralisação afeta a rotina de muitas famílias, os servidores entendem que precisam manter posição para evitar a defasagem salarial. Como sempre, todos torcemos para que o impasse seja contornado.