Os cidadãos venâncio-airenses presenciaram, nesta semana, algo incomum. Um delegado de Polícia foi à tribuna da Câmara de Vereadores para pedir ajuda aos parlamentares. Vinícius Lourenço de Assunção fez o que poucos agentes de segurança pública costumam fazer: um apelo às forças vivas da sociedade para que a Capital Nacional do Chimarrão não caia na vala comum dos municípios esquecidos pelos governos e seja contemplada com reforço no efetivo.
Não só na Polícia Civil, corporação da qual faz parte, mas também na Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). O titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) apresentou todos os problemas enfrentados pelos agentes de segurança, destacando, especialmente, a sobrecarga de trabalho. A comandante da 3ª Companhia da Brigada Militar de Venâncio Aires, capitão Michele da Silva Vargas, confirma a necessidade de incremento de pessoal, principalmente, pela proximidade da Operação Golfinho, que leva muitos PMs ao litoral.
Em relação à Polícia Civil, Assunção ressaltou que, além dele e do colega delegado Paulo César Schirrmann, há quatro plantonistas, três investigadores e cinco profissionais lotados nos cartórios, somando 14 policiais ao todo. Na Brigada Militar, o efetivo não é divulgado, mas extraoficialmente se sabe que a corporação trabalha com menos da metade do número ideal para cumprir todas as suas tarefas. A situação vem se arrastando há muito tempo e, aumento de efetivo, que é bom, nunca se confirma.
Tivemos ataque armado à Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), incêndio que destruiu a loja da esposa de um brigadiano e suspeitas de possível ataque a agência bancária que ficou em off, mas nem assim houve uma sinalização de incremento. O Comando-Geral da Brigada Militar até se mobilizou e reforçou o efetivo momentaneamente, mas logo que as coisas acalmaram, voltamos à realidade anterior, e nela permanecemos. Fora todas as demandas da segurança pública, há uma que salta aos olhos: a necessidade de um atendimento especializado às mulheres vítimas de violência. Segundo o delegado Assunção, o número de ocorrências beira 450 por ano – mais do que uma por dia. Que todos se mobilizem pela nossa terra.