O rodízio na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires foi um dos assuntos mais comentados da cidade nas últimas duas semanas. Só que, desta vez, existe uma preocupação – ou uma contrariedade, porque não dizer – em relação ao tradicional mecanismo, que tem por objetivo dar oportunidade aos suplentes no Poder Legislativo. A prática é adotada desde sempre, mas com o elevado número de trocas em apenas seis meses desta legislatura, o rodízio está sendo colocado em xeque, por alguns.
Na sessão da Câmara de segunda-feira, 5, o vereador Ezequiel Stahl (PTB) levantou o tema mais uma vez. Durante a semana, em entrevista à Rádio Terra FM, reforçou sua preocupação. Ele acredita que, em excesso e sem motivação plenamente justificada, o rodízio pode render até ação por improbidade administrativa para os parlamentares. Stahl concorda que ninguém se elege sozinho e não descarta fazer parte da iniciativa, mas ressalta que não quer correr o risco de perder o mandato “por bobagem”. Na tribuna, ele destacou que foi cobrado, nas ruas, pelo fato de um vereador que estava de licença interesse ter participado de uma sessão do Legislativo.
Presidentes dos partidos que mais se utilizaram do recurso do rodízio até agora, Nelsoir Battisti (PSD) e Sid Ferreira (PDT) têm visões distintas a respeito do assunto. Battisti não faz rodeios e confirma que a legenda está dando oportunidade aos suplentes, pois ajudaram o PSD a garantir uma cadeira na Câmara, justamente a dele, o mais votado da sigla. Como foi chamado pelo prefeito Jarbas da Rosa (PDT) para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, o partido já conseguiu oportunizar experiência a quatro outros nomes: Janete Brandão, Alexandre Fernandes, Claudete Cittolin e Paulo Valdomiro de Souza.
Ferreira, que também foi para o primeiro escalão do governo, responsável pela Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), diz que o PDT não está fazendo rodízio, apenas preenchendo vagas que ficam em aberto a partir de convocações do prefeito ou em caso de saúde, como aconteceu com Gerson Ruppenthal, que retornou à Casa do Povo recentemente, depois de se recuperar de um quadro grave de Covid-19. O debate vai continuar e, é o mínimo afirmar, o rodízio está em xeque.