Venâncio Aires tem um problema gravíssimo para resolver. Durante a semana, os delegados Vinícius Lourenço de Assunção e César Schirrmann anunciaram que a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) não funcionará mais aos finais de semana. Isso porque, dos quatro plantonistas que estavam à disposição, um foi remanejado para Passo do Sobrado – para a vaga de um policial transferido para Santa Cruz do Sul -, inviabilizando uma escala adequada na DPPA local.
Os delegados fizeram o alerta, mas a situação não foi revertida e, como forma de preservação dos policiais, tomaram a decisão de não oferecer o serviço nos sábados e domingos, logicamente que amparados na legislação. Na quinta-feira, 21, o que muitas pessoas achavam que era apenas um capricho dos delegados, uma espécie de esperneio para que a reivindicação fosse atendida, virou realidade. Assunção visitou o prefeito Jarbas da Rosa para oficializar a medida e esclarecer o que ela teria de repercussão.
O chefe do Executivo já tinha em mãos um dossiê não apenas do problema relacionado à DPPA, mas também da defasagem de outros setores da Polícia Civil e da Brigada Militar em Venâncio Aires. Depois de conversar com Assunção, juntou-se ao deputado estadual Airton Artus e rumou para Porto Alegre, onde conseguiu agenda com o secretário adjunto de Segurança Pública, coronel Mário Ikeda. A ele – que já foi comandante da Brigada Militar no Rio Grande do Sul e, dessa forma, sabe os problemas enfrentados pela corporação -, os representantes locais entregaram o dossiê que, na capa, trazia a seguinte inscrição: ‘Venâncio Aires clama por segurança’.
De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, Ikeda ouviu os pleitos da Capital do Chimarrão e prometeu fazer o possível para atender as demandas. Tomara que isso aconteça, pois se o cenário não for alterado, os brigadianos que trabalham no nosso município terão que se deslocar até Santa Cruz do Sul para o registro de ocorrências que envolvam flagrantes. E, com isso, os poucos PMs que temos à disposição, nas ruas, ficarão no município vizinho até que os registros sejam completamente concluídos.
É preciso que mais forças vivas da sociedade se somem à mobilização iniciada por Jarbas e Airton. Eles, obviamente, são os primeiros que podem se movimentar, mas há muitos outros que precisam ‘fazer por onde’ e defender os interesses da comunidade. Muito se fala que os políticos trabalham pelo bem comum, pelo povo, então chegou a hora de todos se unirem em busca de uma solução para este problema. A sugestão é que todos aproveitem que, neste episódio, a culpa não é da situação nem da oposição, e tratem de ‘mexer os seus pauzinhos’ para o bem dos venâncio-airenses. Se perdermos esta, será a prova de que não temos força nenhuma enquanto comunidade. Todos podem, e devem, tentar ajudar.
