Durante a semana, a Prefeitura de Venâncio Aires, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil – que tem no seu ‘guarda-chuva’ o Departamento de Trânsito –, anunciou que fará uma série de intervenções para melhorar o fluxo de veículos e garantir mais segurança aos motoristas e pedestres. Com a implementação de faixas elevadas, semáforos e lombadas eletrônicas, o Executivo acredita ser possível reduzir o número de ocorrências registradas na Capital do Chimarrão.
O Município vai ‘atacar’ os pontos onde muitas colisões têm sido verificadas, como na esquina das ruas Osvaldo Aranha e 7 de Setembro, na região central. Ainda serão contemplados os cruzamentos da 15 de Novembro e Tiradentes, Voluntários da Pátria e Emílio Selbach, General Osório e Avenida Ruperti Filho, e General Osório e Carlos Wagner. São os chamados ‘pontos nevrálgicos’ do nosso trânsito. A Prefeitura está fazendo a sua parte, atendendo a comunitárias e planejando outras melhorias.
Mas, e a outra parte? Aquela que compete a motoristas e pedestres, está sendo feita? Em que pese o fato de que o poder público, às vezes, deixe a desejar, já passou da hora de os cidadãos assumirem as suas responsabilidades no que diz respeito ao trânsito. Não teremos segurança se os condutores não respeitarem os limites de velocidade, ou quem anda a pé não esperar a hora certa de atravessar a rua. A queixa é fácil de fazer – e muitas vezes é necessária –, mas para colaborar, todos estão prontos?
Basta circular pelas vias da cidade para constatar que não. Na rotatória, por exemplo, embora todos saibam que a preferência é de quem chega primeiro, nem sempre essa condição é respeitada. Pontos que têm esse tipo de estrutura exigem que os motoristas adotem a chamada ‘direção defensiva’, sob pena de envolvimento em acidentes. Seja nessa situação ou em diversas outras, se as regras fossem respeitadas, o número de acidentes reduziria drasticamente. Contudo, sabemos que a realidade local é bem diferente.
Venâncio Aires é um município de cerca de 70 mil habitantes, que tem uma frota de mais de 50 mil veículos. Com um pouco de paciência para enfrentar os momentos de ‘pico’, naqueles horários que todos sabemos que são os mais complicados, teríamos um trânsito bem mais seguro. Se em rodovias o tempo de deslocamento de um ponto a outro reduz muito pouco com o aumento da velocidade, na cidade esse suposto ‘ganho’ é irrelevante, não faz diferença. Mais um motivo para adoção de cautela.
Precisamos ter menos pressa e mais cuidado. Dar preferência, mesmo quando ela for nossa – o que, aliás, costuma render um ‘joinha’. Temos que garantir que as manobras sejam seguras, olhar para os lados para atravessar a rua ou seguir o trajeto ao volante. A máxima ‘perca um minuto na vida, mas não perca a vida em um minuto’ é cada vez mais atual. Só que, para que possamos comemorar um trânsito cada vez melhor, todos precisam colaborar. Se não houver conscientização, as estatísticas não serão agradáveis.