Venâncio Aires, que já foi o maior produtor de tabaco do país, nos últimos anos consolidou uma nova e importante matriz produtiva. Hoje o setor da proteína animal já representa 38,8% do Valor Bruto de Produção Agrícola (VBPA) do município. A produção de tabaco ainda é significativa por aqui (49,82%), porém, conciliar novas culturas e diversificar – que era praticamente uma palavra de ordem – já é uma realidade presente em inúmeras propriedades no interior do município graças à produção de alimentos.
Conforme a Emater, Venâncio é considerado o segundo maior polo do Rio Grande do Sul em abates de bovinos, suínos e aves, ficando atrás da região da Campanha. Esse dado atesta uma proposta arrojada, lançada anos atrás, pelo então prefeito Airton Artus. Esta semente gerou frutos, se multiplicou e ganhou atenção dos governos que lhe sucederam, que compreenderam que esse não é um projeto de uma Administração, mas um projeto de Venâncio. Para o futuro de Venâncio.
A vocação do município para o setor também despertou o olhar de cooperativas de alimentos da região, que viram e estão vendo no meio rural do município de 72.373 habitantes (conforme atualização do IBGE divulgada nessa sexta-feira, 27), um potencial gigantesco na produção de alimentos. Na lista das proteínas, destaque para a avicultura, um dos segmentos agrícolas que mais cresceu e vai continuar crescendo. Já são 44 aviários em produção e 21 em construção ou fase de financiamento.
Há muito ainda a ser feito, e que pode ser feito, especialmente no que se refere à infraestrutura para o campo. Além de contribuir com a diversificação da economia e com a ampliação da renda dos produtores rurais, o setor também tem contribuído para atrair investimentos para as comunidades, a partir do projeto denominado PAC dos Frigoríficos. Exemplo disso pode ser conferido em Vila Santa Emília. O asfalto mudou a fotografia do 4ª distrito.
Os ‘caminhos da proteína’, como deve se chamar esse roteiro de produção de gado, aves, leite, suínos, ovinos, peixes e mel, têm tudo para expandir ainda mais e alavancar novos projetos. Com a construção do Centro Vocacional Tecnológico (CVT), que deve iniciar ainda neste ano, as projeções são ainda mais audaciosas: colocar o nome de Venâncio no mapa nacional da proteína animal.
Proteína representa mais renda, mais diversificação, mais progresso. É por entender que mais do que informar, podemos fomentar e provocar propostas que contribuem com o desenvolvimento de Venâncio Aires e toda a microrregião, que a Folha do Mate e a Terra FM lançaram o Gente & Negócios. Entre os temas do ciclo de debate, está o polo da proteína e o cooperativismo, dois pilares essenciais para o nosso futuro.