Os dias não têm sido fáceis no Rio Grande do Sul. Os gaúchos foram castigados pelas cheias dos mananciais hídricos, enxurradas e temporais. Muitas pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas. Porém, passado o momento mais crítico, o caos, já se percebe uma mobilização intensa para a retomada. Assim como foi na pandemia da Covid-19, quando notamos que era possível retomar algumas atividades em busca do ‘novo normal’, estamos mais uma vez nesta condição: tentando entender e acreditar em tudo o que aconteceu, mas também olhando para a frente, pensando no futuro, porque, afinal, todos precisamos seguir nossas vidas.
Nesse sentido, podemos dizer que a semana que passou trouxe importantes notícias. A melhor delas foi o anúncio do governador do Estado, Eduardo Leite, de que Venâncio Aires ganhará 40 casas para os atingidos pelas enchentes. As unidades habitacionais, de 44 metros quadrados cada, ficarão na área do antigo Instituto Penal de Mariante (IPM), em Vila Estância Nova. Leite já atendeu o pedido do prefeito Jarbas da Rosa e repassou os 5,7 hectares para o Município. Lá, muita gente poderá recomeçar. Haverá oportunidade, inclusive, de aumento das residências, no caso de quem tiver condições. Vai sobrar espaço nos lotes do condomínio.
A área do antigo IPM é só a primeira a receber novas moradias. Outras serão utilizadas com esta mesma finalidade, porque o número de famílias necessitadas é muito maior. Mas este é o ‘start’ de um projeto muito maior, que envolve a reconstrução de Venâncio Aires como um todo, visto que diversas localidades foram afetadas. Precisamos nos agarrar a boas notícias e, nesta edição, temos algumas. Podemos citar a reabertura do Super Lenz, que foi tomado pela água; um caderno do Dia da Indústria, que aborda a valorização dos produtos gaúchos; e o avanço nas obras de reconexão da RSC-287, que teve quatro pontos destruídos no território de Venâncio Aires.
Obviamente, não é hora de fazer festa, de soltar foguete, de achar que está tudo bem. Mas é momento, sim, de voltar a conviver com os amigos, de ajudar os que precisam, de retomar as atividades esportivas e acompanhar a reconstrução da cidade e do estado. É hora de cada um assumir o papel de engrenagem e fazer a sua parte para que a máquina da vida volte a funcionar, aos poucos. Todos podem colaborar.