O quarto painel do projeto Gente & Negócios, realizado na quinta-feira, 28, marcou um momento inédito e simbólico para a Região dos Vales: Unisc e Univates, duas das principais universidades comunitárias do Rio Grande do Sul, dividiram o mesmo espaço de debate em torno de um tema estratégico: o papel das universidades além da formação profissional. Mais do que um encontro, foi a confirmação de que o futuro da educação e do desenvolvimento regional passa pela cooperação, não pela competição.
As falas dos painelistas evidenciaram que pesquisa, extensão e serviços à comunidade são pilares que geram desenvolvimento quando estão conectados a empresas, municípios, entidades e moradores que usufruem e podem acessar dezenas de serviços de saúde, educação, meio ambiente, inovação e tecnologia.
Durante muito tempo, as instituições de ensino superior guardaram fronteiras ‘invisíveis’, como se houvesse territórios exclusivos de atuação. Hoje, a convergência entre Unisc e Univates mostra que a atuação das universidades pode ser ainda mais forte quando conduzida em rede e as demandas fortalecidas e representadas pelo Consórcio de Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), que reúne 14 universidades comunitárias no estado. Os reitores Rafael Henn (Unisc) e Evania Schneider (Univates) deixaram claro que o compromisso das universidades comunitárias vai além da sala de aula: é com a sociedade e com as soluções para problemas reais.
Durante o painel, o prefeito Jarbas da Rosa anunciou que trabalha para que o Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Proteína Animal saia do papel em 2026. Um projeto desse porte exige articulação política, parceria público-privada e deverá contar com apoio das duas universidades. A convocação do reitor Rafael Henn à reitora Evania Schneider, para participação conjunta no projeto, mostra o espírito de integração que o painel de debates promoveu. Trata-se de uma oportunidade de alinhar vocações econômicas dos dois Vales, fortalecer e diversificar cadeias produtivas e ampliar a capacidade de inovação e integração dos dois Vales.
Ao mesmo tempo, o painel também expôs um desafio coletivo: a necessidade de regulamentar e valorizar as instituições comunitárias de ensino superior, que resistem à mercantilização da educação e mantêm o compromisso com a qualidade e o caráter comunitário. “A diferença é que estamos aqui, somos e estamos na comunidade”, disse a reitora da Univates.
Mais do que reflexões, o painel deixou a mensagem de que os Vales precisam de uma visão de futuro construída de forma colaborativa, com as universidades, os municípios, a iniciativa privada e a sociedade civil ‘andando’ na mesma direção. E, neste contexto, Venâncio se apresenta como a ponte que pode e já conecta os Vales do Rio Pardo e Taquari, não apenas geograficamente, mas com propostas e debates como o realizado nesta semana pela Folha do Mate e Terra FM.
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