Se o cronograma se confirmar, não serão apenas os venâncio-airenses que terão um motivo histórico para celebrar o dia 20 de janeiro. É na data que celebra-se o dia do padroeiro do município, São Sebastião Mártir, que a vacina da Covid-19 pode começar a ser aplicada em todo país.
Desde que iniciou a pandemia, uma corrida contra o relógio foi iniciada para agilizar a pesquisa, fabricação e distribuição de uma imunização contra a doença. Uma realidade que está sendo vivida por alguns países nas últimas semanas e chegará em solo brasileiro na próxima semana, quando as doses começam a ser distribuídas nos postos de saúde ou centros de vacinação.
Enquanto isso, as atenções estão em torno da aeronave que foi para a Índia buscar um lote de 2 milhões de doses. Além disso, neste domingo, 17, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve dar o seu veredito para uso emergencial de duas vacinas, a Oxford/AstraZeneca e a Coronavac, que possuem parcerias nacionais para a fabricação, a Fiocruz e o Instituto Butantan. Com as vacinas em ‘casa’, o país terá que colocar em prática o Plano Nacional de Vacinação que contemplará, inicialmente, os profissionais de saúde e idosos. Esta é uma força-tarefa que exigirá um inteligente e ágil plano de logística para imunizar milhões de brasileiros e envolverá os governos federal, estadual e municipal. Nos municípios da região ainda faltam informações precisas sobre a vacinação. Até essa sexta-feira, 15, pouco se sabia sobre a aplicação das doses, embora todas as equipes garantem que estão prontas para iniciar o trabalho com a expertise de outras campanhas de imunização. O Governo do Estado promete detalhar um cronograma na segunda-feira, 18, quando informações sobre o transporte, acondicionamento, distribuição e aplicação das doses devem ser repassadas.
É evidente que para vacinar o maior número de pessoas é preciso que o processo de aprovação e compra das vacinas também seja agilizado. Mas de nada adiantará essa mobilização se a população não aderir e garantir sua imunidade. Frear a disseminação da Covid depende de cada um, pois como bem destacou a médica infectologista Sandra Knudsen, em entrevista à edição deste sábado da Folha do Mate, “a decisão é individual, mas tem repercussões comunitárias.” Outra frente importante neste processo é o combate às notícias falsas sobre a vacina. Segundo a infectologista, a disseminação de informação incorreta pode prejudicar muito a adesão às vacinas e o controle da epidemia no mundo inteiro. Como aliado deste processo está o jornalismo, que ao lado da ciência, está tendo um papel importantíssimo nesta fase, não apenas de sensibilização, mas de transmissão de informações técnicas, sérias e de credibilidade.
O início da vacinação é, sem dúvida, uma injeção de esperança depois de tantos dias e meses e dias que ainda nos desafiam. Que o ‘dia D’, como chamamos os dias dedicados à vacinação, chegue logo, afinal, somente a vacina será capaz de virar o jogo contra o inimigo invisível.
Enquanto esse dia não chega e sabendo que a chamada imunidade pode demorar para ser atingida (daqui alguns meses), os cuidados básicos deverão prevalecer, como o uso de máscaras e o distanciamento.