Voto auditável

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A política, como todos sabemos, é feita de muitas polêmicas. E, nas últimas semanas, mais uma ganhou destaque: a discussão sobre o voto impresso auditável. A ideia ‘decolou’ a partir do apoio do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, que não se cansa de dizer que já houve fraudes em outras eleições e que a medida afastaria a possibilidade de falcatruas nos pleitos. Só que o debate é acalorado e divide opiniões.

Enquanto algumas pessoas concordam com os argumentos do presidente e engrossam o coro pela adoção do mecanismo, trazendo à tona questões como segurança e credibilidade, outras rechaçam a alteração, sob justificativas de gastos desnecessários e temor pelo fim do voto secreto. Na quinta-feira, 5, a matéria foi reprovada por 23 votos a 11 na comissão especial criada na Câmara dos Deputados para debate exclusivo deste tema. Nesta sexta-feira, 6, os integrantes voltariam a se reunir e havia, inclusive, a possibilidade de pedido de arquivamento. O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), no entanto, lembra que a comissão é opinativa, não terminativa, e quer levar a proposta ao plenário.

Também nesta sexta-feira surgiu a informação de que, se Lira insistir em dar andamento à matéria, o Senado daria um jeito de barrar. Como se vê, mais uma vez está comprovado o quanto o assunto é delicado. Para se ter uma noção, entre 17 vereadores ouvidos pela Folha do Mate para matéria que está sendo publicada nas páginas 16, 17 e 18 desta edição, 13 manifestaram apoio ao projeto, enquanto quatro se colocaram na contramão. Nas ruas, aleatoriamente, ouvimos seis cidadãos, e o placar ficou quatro a dois a favor do voto impresso auditável.

O certo é que, enquanto não houver uma decisão definitiva sobre o tema, a discussão vai continuar. Juiz da Comarca de Venâncio Aires, João Francisco Goulart Borges defende que o diálogo é importante para uma definição, mas ao mesmo tempo lembra que já houve tentativas neste sentido em anos anteriores, e a experiência não foi boa. Além dos favoráveis e contrários, há muitas pessoas que ficam em dúvida sobre a medida.

Com uma provável polarização entre Lula e Bolsonaro em 2022, o voto impresso auditável não sairá de pauta tão cedo. Resta saber qual será o desfecho da mais nova polêmica política nacional.

    

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