Momento do discurso de Maiéle dos Santos, agora rainha da Fenachim (Foto: Cristian Frantz/Traço D)

A jovem Maiéle Aline dos Santos, 29 anos, coroada rainha da Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) na noite de sábado, 8, usou a Língua Brasileira de Sinais (Libras) de forma simultânea ao discurso de apresentação feito no palco da escolha das novas soberanas.
A iniciativa da então candidata, que é estudante de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, arrancou aplausos do público que estava no ginásio Poliesportivo. O discurso emocionou a todos, recebendo o reconhecimento, inclusive, das demais torcidas.
Antes desta apresentação, durante o Sarau Cultural realizado com apresentações das dez candidatas a soberanas, Maiéle já havia feito uma apresentação em Libras, com intuito de promover e evidenciar a importância da inclusão. Ela contou com apoio das intérpretes da empresa Viver Libras. “Aprendi o básico, mas o básico me ajuda a me comunicar com aquele que não pode escutar”, disse a nova rainha.
Foi um feito histórico na trajetória do concurso, que desde 1985 elege rainha e princesas da festa. Durante o discurso ao microfone, ela disse que ser soberana é também ser “ponte entre gerações e culturas. Ponte entre vozes e mãos que também falam. Por isso, hoje eu digo, com fé, coragem e muito estudo, todos podem realizar os seus sonhos”, finalizou.
Maiéle entra para a história também como a segunda mulher negra a ser eleita rainha da Fenachim. Ao longo destas quase quatro décadas de Fenachim, das 56 mulheres eleitas, ela é a quarta negra a ser escolhida soberana da festa. Antes dela foram Viviane Lopes, princesa da 1ª Fenachim (1986); Daniela Azeredo, rainha da 9ª Fenachim (2006) e; Fernanda Landim, princesa da 11ª edição (2010).

Peso da coroa

Você já deve ter ouvido a expressão “o peso da coroa”, não é mesmo? Pois as soberanas da 18ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) sentirão, literalmente, esse peso sobre a cabeça. Além da missão e da responsabilidade de representar Venâncio Aires, elas carregarão coroas que são verdadeiras obras de arte.
Durante a primeira visita oficial à Folha do Mate e à Terra FM, na manhã de segunda-feira, 10, tomei a liberdade de pedir para pesarmos as coroas da corte da Fenachim. A da rainha tem 558 gramas, enquanto as das princesas são um pouquinho mais leves, com 512 gramas cada.
As peças foram desenhadas pelo diretor-geral da festa e secretário municipal de Cultura e Esportes, Sandro Kroth, e confeccionadas pela designer Adriana Menezes, de Pelotas, que é reconhecida nacionalmente pela criação de coroas. A cuia, símbolo máximo da Fenachim, está presente no desenho, cercada por arabescos, folhas e ramos de erva-mate, representando a tradição e a força da cultura local. O brilho é garantido por mais de mil pedras de zircônia. Neste ano, cada coroa traz ainda o número 40 bem ao centro, para simbolizar a edição histórica que viveremos em 2026.

Coroa da rainha pesa 558 gramas (Foto: Júlia Brandenburg)

Soberanas irão à Festa da Erva-Mate, na Argentina

Recém-eleitas, as soberanas da Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) já têm um importante compromisso oficial nos próximos dias: uma viagem internacional à Argentina. O trio estará na cidade de Apóstoles, na província de Misiones, onde participará da 47ª Festa Nacional e Internacional da Erva-Mate (Fiesta Nacional e Internacional de la Yerba Mate, em espanhol), que ocorre de 13 a 16 de novembro. As soberanas viajarão no sábado, 15, e retornam no domingo, 16.
O evento é um dos mais tradicionais da região e celebra a cultura e a produção da erva-mate, símbolo que está diretamente conectado à Fenachim e ao município de Venâncio Aires.
A presença das soberanas venâncio-airenses possibilitará um verdadeiro intercâmbio cultural entre Brasil e Argentina. Esta será a primeira viagem oficial das representantes da Fenachim, que iniciam, assim, uma agenda marcada por compromissos de divulgação da Fenachim 40 Anos, marcada para ocorrer de 30 de abril a 10 de maio de 2026, no Parque Municipal do Chimarrão.