Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco
Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco

Por: Valmor Thesing
Presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco)

No dia 28 de outubro, celebra-se o Dia do Produtor de Tabaco, data instituída em 2012 como forma de reconhecimento aos agricultores que têm no cultivo do tabaco uma das suas atividades. A relevância vai além, pois a atuação dos 138 mil produtores constrói o pilar da economia de 525 municípios brasileiros, especialmente nas regiões caracterizadas por pequenas propriedades e agricultura familiar.

É inegável que, ao longo das décadas, a fumicultura se consolidou como uma atividade essencial nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Por ser uma produção que proporciona alta renda em pequenas áreas de terra, comunidades inteiras dependem do tabaco para garantir dignidade e oportunidades no meio rural. Devido à alta rentabilidade por hectare, o tabaco acaba sendo a produção que fixa o pequeno produtor no campo e possibilita investimentos em diversificação. Por exemplo, para obter a mesma renda de um hectare de tabaco, o produtor precisaria de 7,85 hectares de soja.

Essa condição se tornou possível graças a décadas de aprimoramento possibilitadas pelo Sistema Integrado de Produção de Tabaco. Na relação de integração, os agricultores recebem assistência técnica e financeira e, sobretudo, a garantia de comercialização da safra. Essa segurança é rara em outras culturas agrícolas e se traduz em estabilidade e sustentabilidade para a cadeia produtiva. Além disso, o planejamento orientado para o mercado global fortalece a competitividade do Brasil nas exportações.

Outro aspecto inegável é a sustentabilidade. A cadeia produtiva adota boas práticas agrícolas e preserva recursos naturais. Trata-se de um setor que evolui com responsabilidade e que merece ser compreendido dentro do contexto real.

Entretanto, o setor ainda enfrenta pressões que ignoram a realidade concreta das famílias produtoras. Paira sobre os produtores a ameaça constante do que pode vir das regulações nacionais e das decisões tomadas no âmbito da Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. Representantes do setor têm lutado para alertar sobre os impactos econômicos e sociais que novas restrições podem trazer. Ignorar a voz do setor é um equívoco, pois ignora milhares de brasileiros.

Às vésperas de mais uma Conferência das Partes, a COP 11, é preciso reconhecer: sem o tabaco, muitos municípios do Sul do Brasil seriam fortemente prejudicados. Valorizar o produtor de tabaco não significa negar os desafios ou deixar de lado debates sobre saúde pública, mas sim incluir nesse diálogo quem está na base da cadeia.

Neste Dia do Produtor de Tabaco, mais do que uma comemoração, temos um convite à reflexão. O Brasil deve respeito e reconhecimento a esses agricultores que, com dedicação e resiliência, geram desenvolvimento. É hora de enxergar o produtor de tabaco como ele realmente é: protagonista da economia rural e peça fundamental para o equilíbrio social de centenas de municípios.

Parabéns a todos os produtores pelo seu dia!