Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) celebra 32 anos nesta quarta-feira, 25. Reitor Rafael Henn falou dos desafios e projetos futuros.
A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) completa 32 anos nesta quarta-feira, 25. E para marcar as mais de três décadas de atuação no ensino superior, a Folha do Mate conversou com o reitor Rafael Henn, para falar sobre a trajetória, os desafios e os projetos futuros da instituição.
Folha do Mate: Nesses 32 anos da Unisc, como o senhor avalia o atual momento da instituição em comparação com a própria trajetória de mais de três décadas?
Rafael Henn: “Vejo que a instituição alcançou um nível de maturidade e reconhecimento que nos enche de orgulho. Comparado à nossa trajetória, o momento atual é de consolidação e expansão qualificada. Saímos de uma fundação promissora para nos tornarmos uma universidade consolidada, com forte inserção regional e relevância nacional em diversas áreas. A Unisc de hoje é muito mais robusta, com uma infraestrutura moderna e um corpo docente e técnico-administrativo altamente qualificado. Mantivemos nossa essência comunitária, mas expandimos nossa atuação no ensino, na pesquisa, na extensão, na inovação e nos serviços de forma significativa.”
Folha do Mate: Quais seriam as principais conquistas da Unisc nesses 32 anos?
Rafael Henn: “Entre tantas conquistas obtidas, acredito que o reconhecimento da qualidade acadêmica, onde nossos cursos de graduação e pós-graduação têm recebido avaliações excelentes, refletindo o compromisso com a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. A expansão da Pós-Graduação Stricto Sensu, com a criação e o desenvolvimento de diversos programas de mestrado e doutorado foram um marco, consolidando a Unisc como um polo de pesquisa e formação de pesquisadores. O investimento em infraestrutura, com a construção de novos blocos, laboratórios, bibliotecas e áreas de convivência tem proporcionado um ambiente de aprendizagem qualificado. O fortalecimento da extensão e relação com a comunidade também é uma grande conquista da Unisc que se manteve fiel à sua vocação regional comunitária, com inúmeros projetos de extensão que impactam positivamente a vida da nossa região. O fomento à pesquisa e à inovação, com o crescimento da produção científica, a criação de grupos de pesquisa e o incentivo à inovação têm gerado conhecimento e soluções para problemas reais da sociedade. E a internacionalização, onde firmamos convênios e parcerias com instituições estrangeiras, proporcionando intercâmbio e enriquecimento acadêmico.”
Folha do Mate: O que, na opinião do senhor, a Unisc já poderia/deveria ter feito em 32 anos, mas ainda não conseguiu?
Rafael Henn: “Em 32 anos, sempre há espaço para aprimoramento. Acredito que poderíamos ter avançado ainda mais na diversificação das fontes de financiamento da universidade para os estudantes, apesar do cenário imposto. Embora tenhamos investido muito, a dependência de mensalidades ainda é um desafio. Além disso, a consolidação de uma cultura de empreendedorismo e inovação mais ampla dentro da comunidade acadêmica é algo que ainda estamos trabalhando para intensificar.”
Folha do Mate: Quais foram os principais desafios da universidade nos últimos cinco anos?
Rafael Henn: “Os últimos cinco anos foram particularmente desafiadores, especialmente com a pandemia de Covid-19. Elas nos mostrou o quanto é preciso resiliência e coragem para enfrentar as adversidades impostas. Posso citar, entre elas, a adaptação ao ensino remoto emergencial e a necessidade de migrar para o ensino online de forma rápida e eficiente, o que exigiu grande esforço e capacitação. A manutenção da qualidade acadêmica foi e continua sendo nosso desafio constante, para garantir a excelência do ensino e da pesquisa em cenário de incertezas. E a retenção de alunos, onde o cenário econômico e social impactou a capacidade de permanência de alguns estudantes, e implementamos diversas ações de apoio para garantir a permanência. A crise econômica amplificada pela pandemia também exigiu uma gestão ainda mais rigorosa dos recursos e o bem-estar da comunidade acadêmica, e o cuidado com a saúde mental e física de alunos, professores e técnicos foi fundamental durante esse período e continua sendo o nosso objetivo daqui para a frente.”
Folha do Mate: Como o senhor vislumbra os próximos anos da instituição? Tanto a curto prazo como a longo prazo?
Rafael Henn: “No curto prazo, nosso foco está na consolidação das novas arquiteturas curriculares dos nossos cursos, resultado da reinvenção pedagógica iniciada em 2019 e da nossa conferência universitária, que discutiu as premissas pedagógicas. Buscaremos a ampliação da oferta de cursos alinhados com as necessidades do mercado, além de intensificar através dos serviços, parcerias com empresas, setor público e setor produtivo, também fomentando a inovação. A internacionalização continuará sendo uma prioridade. A longo prazo, vislumbro a Unisc como uma universidade referência em pesquisa e inovação, com um ecossistema de empreendedorismo consolidado e com forte impacto na resolução de problemas regionais e globais. Queremos ser um polo de formação de talentos e lideranças. A expansão da nossa atuação nas regiões e a contínua diversificação das nossas fontes de receita, buscando mais recursos de fomento à pesquisa e projetos específicos são metas importantes para garantir nossa sustentabilidade e o crescimento contínuo.”
Programação de aniversário da Unisc
A Unisc programou atividades no mês de junho para celebrar o aniversário. No dia 1º, foi realizado o evento ‘Domingo no Campus’. Houve duas palestras com os ex-reitores Carmen Lúcia de Lima Helfer e Luiz Augusto Costa a Campis, que partilharam com a comunidade acadêmica as vivências e o legado democrático da Unisc, nos mais de 60 anos de ensino superior.
Já nesta quarta, 25, às 14h, ocorrerá a cerimônia dos quinquênios por anos trabalhados, onde serão homenageados os docentes e técnicos administrativos que comemoram de 5 a 50 anos de trabalho na instituição. À noite, ocorre o ‘Concerto Sinfônico’ em comemoração aos 32 anos da Unisc, com a Orquestra de Câmara da Unisc. O espetáculo é gratuito ocorre no Auditório Central, às 20h. A regência é do maestro Leandro Schaefer e contará com a presença de 32 músicos.
