Arte no Muro de Berlim para amenizar a divisão do mundo

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Pé na Estrada

Por Ana Flávia Hantt**

Desavisados podem imaginar que os muros vistos em Berlim não passem de uma simples proteção para parques ou ruas movimentadas. Basta relembrar um passado muito recente, no entanto, para perceber que os paredões são resquícios do Muro de Berlim, o qual dividiu o mundo entre 1961 e 1989.

Essa barreira física causada pela Guerra Fria separava a Alemanha Oriental (liderada por países sob o regime soviético) e a Alemanha Ocidental (liderada pelos países capitalistas). Eram 66 quilômetros formados por gradeamento metálico, torres de observação, redes metálicas eletrificadas e pistas de corrida para cães de guarda.

Mais do que uma disputa política e econômica, o Muro de Berlim representou um momento muito sombrio na vida dos berlinenses. Muitos passaram décadas separados de seus familiares, e aqueles que decidiam arriscar a sorte para cruzar a barreira, corriam real risco de serem assassinados, inclusive mulheres e crianças. Os militares da Alemanha Oriental tinham ordem para matar qualquer fugitivo imediatamente.

A queda do muro de Berlim ocorreu em novembro de 1989 após uma onda revolucionária liderada pela população. Foram os próprios berlinenses que derrubaram a barreira que os dividia, em um clima de euforia e celebração. As imagens em vídeo ainda são revividas com emoção.

Parte dessa história é o que os turistas veem hoje. Com quase 1,5 quilômetro de extensão, a ‘East Side Gallery’ (Galeria do Lado Leste) é um museu a céu aberto com a conservação do Muro de Berlim, o qual recebe obras de artistas locais e do mundo. Os passantes são convidados a apreciar as obras enquanto refletem sobre a história que transcorreu entre em cada um dos lados daquelas paredes.

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