Para muitos estudantes, a parte mais temida do Enem, seja pelo tempo de prova ou pela temática, é a redação. Mas, para te ajudar nessa etapa, a professora de Língua Portuguesa e Produção Textual do Colégio Gaspar Silveira Martins, Júlia Neumann, de 26 anos, vai fornecer algumas dicas bacanas para a preparação e durante a prova.
A professora, que está na docência há quatro anos, destaca que a redação é um esqueleto. “É um formato pronto. O aluno precisa conhecer as competências que são avaliadas e a estrutura de cada parágrafo”, salienta. Além disso, ela afirma que a redação não é criatividade, mas sim, um vasto conhecimento sociocultural de livros ou informações para argumentar sobre a temática, bem como amplo repertório de sinônimos, recursos linguísticos para uma boa construção do texto, sem repetição de termos, para enriquecer a produção.
SE LIGA!
Ficar bem informado e de olho nas notícias: é importante estar atento às notícias para que possa ter uma visão crítica da temática e possa argumentar sobre ela. Além disso, a dica vale para informações novas e assuntos que já são abordados há algum tempo.
Conhecer os órgãos públicos: é essencial conhecer os órgãos públicos, ministérios ou algum outro responsável para que o estudante tenha o agente para solucionar o problema do tema.
Não usar palavras difíceis para ter um texto mais bonito: a redação precisa ser clara e objetiva.
Manter uma letra padrão: não começar a redação com um tamanho de letra e, ao longo do texto, alterar.
Conhecer a estrutura do texto dissertativo-argumentativo: a redação do Enem não é um texto em que se conta uma história. Por isso, a educadora pondera que é importante conhecer a estrutura do texto, para não fugir do formato solicitado.
Ler redações nota mil: auxilia a identificar todas as microestruturas e os argumentos utilizados.
Estrutura
• Macroestrutura: também denominada esqueleto. É a parte que abrange a introdução, os dois desenvolvimentos e a conclusão da redação.
• Microestrutura: são as frases, o que é escrito dentro de cada parágrafo.
Perguntas frequentes
Errei uma palavra na folha oficial da redação, o que fazer?
Júlia recomenda fazer um risco por cima da palavra e continuar a escrita.
Ao me deparar com o tema, o que devo fazer?
Júlia sugere que seja feita uma análise e que o estudante pense: quem é a ‘vítima do problema’? Quais são as causas? Quem é o responsável pela solução? Quais são as consequências do problema? Assim, ela justifica que, por meio desses questionamentos, o estudante já pode formular argumentos para desenvolver a escrita.
E no dia da prova? Por onde começar?
Ficar calmo é a primeira sugestão da professora Júlia. “É muito difícil. Mas tem que pensar que tudo que poderia ter sido feito para a preparação, foi realizado”, considera.
Caso opte-se por fazer primeiro a redação, por conta do tempo, ela indica fazer uma leitura dos textos de apoio e fazer anotações do que sabe sobre o assunto. Em seguida, fazer a escrita no rascunho. “Nessa hora, o rascunho é muito importante, pois o estudante pode voltar no texto e ver o que pode melhorar, e continuar fazendo trocas. Depois que estiver na folha oficial, não tem como mudar”, observa.
Se o participante optar, pode resolver algumas questões e intercalar o processo: questões + leitura do rascunho e anotações + questões + redação, até que esteja seguro da produção e passe o material para a folha da redação.
Quem são os responsáveis por avaliar minha redação?
A professora explica que são dois avaliadores. “Cada um dá uma nota e é feita a média. Por exemplo: se a nota foi 980, um avaliador deu nota 1.000 e o outro 960, com a média, resulta em 980. As competências pulam de 40 em 40. Caso as notas dadas sejam muito diferentes, um terceiro avaliador é solicitado”, diz.