A tradição do Carnaval que move gerações

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Diferente da cidade, o interior já está no clima da folia há meses, mas, nesta época, atinge o ponto alto. São nove blocos que integram a Associação Carnavalesca do Interior de Venâncio Aires (Aciva), além de outros da cidade e interior que se agregam aos tradicionais bailes nas noites de todos os sábados em um rodízio nas diversas localidades.

Verdadeiras excursões são realizadas e a festa preserva uma cultura que é conhecida há anos. São pais e filhos que participam do mesmo bloco. Adultos que se responsabilizam por adolescentes. O Carnaval do interior é caracterizado como uma verdadeira grande família, e é isso que buscamos mostrar nesta edição. 

Nada impede de que blocos da cidade participem, mas os foliões do interior avisam: a magia e a folia do interior são totalmente diferentes, assim como o deslocamento, uniforme e a playlist.

A folia já começa em casa

 

Suele Taís Keller, 14 anos, Camile Rafaela Keller e Aline Beatriz Breunig, ambas de 16 anos, são integrantes do bloco Ritmo Quente, de Linha Antão e costumam se arrumar juntas na época da folia, durante o xixo que o bloco realiza no ‘esquenta’ para a festa de Carnaval.

Aline conta que decidiu participar do bloco, pois nas vezes que ia na casa da tia, observava o envolvimento dela com a festa. “Comecei a me envolver também e, aos poucos, fui conhecendo os integrantes, com os quais eu criei uma amizade.”

Suele é a mais nova da turma, porém a mais ‘velha’ do bloco. Há 3 anos participa junto dos pais que a acompanham devido às regras de acesso aos bailes. “Meus pais já participam há anos, então eu entrei na onda. Durante a semana, espero sempre muito ansiosa pois é um momento especial e de muita diversão.”

A preocupação das gurias é sempre com o look e a make. Suele destaca que a preparação para os bailes começa cedo. Por outro lado, Camile comenta que a preocupação com a roupa não é muito frequente. “Nós, assim como qualquer outro bloco da Aciva, temos uma camiseta como a nossa marca principal, o ‘uniforme’”, explica.

Foto: Rosana Wessling / Na Pilha! Aline, Suele e Camile cultivam a tradição de se maquiar juntas nas noites de sábado
Aline, Suele e Camile cultivam a tradição de se maquiar juntas nas noites de sábado

Paixão pelo Carnaval

 

O amor pela folia começou cedo na vida de Camile. “Desde pequena eu sou muito ligada ao Carnaval do interior de Venâncio Aires. Participei de um bloquinho infantil e hoje participo de um bloco adulto. Para mim, o Carnaval é uma paixão, é festa, tradição, união, um momento de reencontrar e fazer novas amizades.”

De qualquer forma, o Carnaval do interior é integração e união. Aline caracteriza que a festa é forte e está crescendo anualmente. “Acredito que o nosso Carnaval do interior esteja tão forte e presente pois, diferente de outras festas, aqui não tem violência em comparação a outras regiões. No nosso Carnaval, o pessoal é unido.”

“O Carnaval é muita alegria, eu encontro os meus amigos e consigo esfriar a mente deixando um pouco os meus problemas de lado. Costumo participar de todos os bailes sempre tentando fazer aquele ‘festão’ com o pessoal do bloco e de outros blocos também.”

Foto: Rosana Wessling / Na Pilha!Integrante do bloco Ritmo Quente
Integrante do bloco Ritmo Quente

RELATO PILHADOpor Rosana

 

Há 6 anos o Carnaval do interior faz parte da minha vida. A alegria, simplicidade e a receptividade dos foliões é algo que me deixa super à vontade para curtir a maratona de festas. O interessante é que essa organização já se inicia em setembro e outubro, quando se começa a se pensar na candidata que representará o bloco, nas cores da camiseta – nosso ‘queridinho uniforme’ – e em todos os detalhes para lacrar durante a ‘época de Carnaval’. Na verdade, o ano todo se fala no Carnaval.

Em determinados anos, o preview já é realizado em dezembro, antes mesmo da época natalina. Geralmente em janeiro, começa o calendário de bailes que se estende até um fim de semana depois da terça-feira de Carnaval.

Participo do bloco Ritmo Quente de Linha Antão e já é rotina, em todos os sábados à noite, a galera se reunir na casa do casal presidente para fazer o esquenta para o baile, sempre acompanhado do tradicional xixo.

As meninas aproveitam esse momento para se maquiar, onde uma aplica o que sabe na outra – a casa se transforma em um verdadeiro salão de beleza. Depois disso, todos vão para o baile. Se for um local mais longe, o bloco coloca uma condução ou, então, dividimos as caronas. O Carnaval do interior tem outro clima, todo mundo se diverte, e na playlist não podem faltar as bandinhas, aquelas tradicionais de quermesse, e finalização da festa com a polonese.



    

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