Conteúdo pra vida: lições básicas de Português

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Depois de abordarmos regras básicas de Matemática, na semana passada, é a vez de reforçarmos o aprendizado de Língua Portuguesa. Vem com a gente?

OS PORQUÊS

São 4 os “porquês” da Língua Portuguesa.
POR QUE – usado em início ou meio de frases, para perguntas diretas (“Por que você saiu?”) e indiretas (“Não sei por que você saiu”).
POR QUÊ – usado em final de frases, para perguntas diretas (“Você saiu por quê?”) e indiretas (“Você saiu não sei por quê”).
PORQUE – usado para responder perguntas diretas e indiretas (“Eu saí porque quis”).
PORQUÊ – substantivo usado como sinônimo de “motivo”, “razão”; vem sempre acompanhado de artigo (“Não sei o porquê de sua saída”).

VÍRGULAS

Atenção: ao contrário do que muita gente acha, a vírgula não serve para dar “uma pausa” no texto, mas, sim, para separar uma lista de elementos (“Gosto de maçã, banana e mamão”), introduzir explicações no meio das frases (“Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é muito arborizada”), separar orações independentes (“A menina acordou cedo, por isso não se atrasou”) e separar expressões que designam lugar, modo ou tempo quando em início de frases (“Ontem à noite, fomos a um restaurante”).

Não esqueça: nunca se separa com vírgula o sujeito do predicado.
Exemplo: As árvores embelezam a cidade.

CRASE

Quando não usar:
Nunca é usada diante de palavras masculinas nem antes de verbos.
Exemplo: A partir de agora, você decide, mas não diga nada a João.

Quando usar:
É utilizada antes de palavras femininas. Também é empregada em expressões formadas por palavras femininas, como às pressas, às escuras, às claras, às vezes. É opcional diante de nomes próprios e pronomes possessivos femininos (Exemplo: “Mandei uma mensagem à minha mãe”).

Dica
Diante de nomes de lugares, utilize o seguinte truque para saber se haverá ou não crase
– Se “vou a” e “volto da”, crase há;
– Se “vou a” e “volto de”, crase pra quê?
Então: “vou à Itália” porque “volto da Itália”, mas “vou a Curitiba” porque “volto de Curitiba”.

Trás X traz

Trás é um advérbio de lugar, significando algo que está “atrás”. Ex.: “Atrás da porta há um guarda-chuva.”
Já traz é uma forma conjugada do verbo “trazer”. Ex.: “Ele traz as compras para os pais.”

Ao invés de X em vez de

Ao invés de = ao contrário de
É utilizado para nos referirmos ao lado oposto, ao lado inverso
Exemplo: Ao invés de falar, você deveria ficar calado
Perceba que “falar” é o oposto de “calar”.

Em vez de = no lugar de
Exemplo: Em vez de estudar para a prova, vou limpar a casa
Note que “estudar” e “limpar a casa” não são termos opostos.

Afim X a fim

Afim é um adjetivo com sinônimo de igual
Exemplo: Nós temos um objetivo afim

A fim é uma locução que expressa ideia de finalidade, sinônimo de para
Exemplo: Estudo, a fim de passar de ano

Senão X se não

Senão = de outro modo, de modo contrário. Exemplo: Saia daqui, senão vou gritar
Senão = porém. Exemplo: Não fez silêncio, senão escândalos

Se não = conjunção condicional acompanhada do advérbio “não”, tendo o mesmo sentido que caso.
Exemplo: Se não sair daqui, vou gritar.

Agente X a gente

Agente é substantivo, aquele que atua, age, agencia
Exemplo: Meu primo é agente de polícia.

A gente é sinônimo de “nós”
Exemplo: A gente se dá muito bem.

Há X a

Há é uma forma conjugada do verbo “haver”, sinônimo de “existir”
Exemplo: Há uma gata no quintal

A é artigo (“A gata é branca”), preposição (“Ela viajou a Porto Alegre”) ou pronome oblíquo (“Recebeu-a de braços abertos”).

Tem/têm X vem/vêm

Tem e vem são formas conjugadas dos verbos “ter” e “vir” no singular.
Exemplo: Ele tem 10 anos. Ele vem hoje cedo.

Têm e vêm são formas conjugadas dos verbos “ter” e “vir” no plural.
Exemplo: Eles têm 10 anos. Eles vêm hoje cedo.

Nem um X nenhum

Nem um tem sentido quantitativo, equivalendo a “nem um sequer”.
Exemplo: Não ganhei nem um centavo pelo serviço.

Nenhum é um pronome indefinido, sendo forma negativa de “algum”.
Exemplo: Nenhum morador deixou de pagar o condomínio.

Aonde X onde

Aonde é o mesmo que “para onde”, dando ideia de deslocamento, movimento.
Exemplo: Aonde você vai?

Onde dá a ideia de algo estanque.
Exemplo: Não se onde coloquei meu livro.

Bastante X bastantes

Bastante é invariável quando é um advérbio de intensidade, significando “muito”.
Exemplo: Suas palavras são bastante fortes.
Perceba que, se trocarmos “bastante” por “muito” nessa frase, não há como empregar “muitos”.

Bastantes é variável quando é um adjetivo.
Exemplo: “Aquelas crianças possuem bastantes brinquedos”.
Note que é perfeitamente possível substituirmos “bastantes” por “muitos” nessa frase. Assim, onde cabe “muitos”, cabe “bastantes”. Onde não cabe “muitos”, não cabe “bastantes”.

Mau X mal

Mau é adjetivo, contrário de “bom”
Exemplo: O Lobo Mau seguiu a Chapeuzinho.

Mal é advérbio, contrário de “bem”.
Exemplo: Estou me sentindo mal com essa história.

Meio X meia

Meio e meia são utilizados como sinônimo de metade.
Exemplo: Comi meia pizza, ingeri meio comprimido.

Porém, “meio”, quando é um advérbio significando “um pouco”, não admite a forma “meia”, por ser invariável.
Exemplo: Ele é meio estranho, ela está meio pálida.

>>> JAMAIS COMETA ESSES ERROS

– Derrepente
O correto é “de repente”.

– Tenque
O correto é “tem que”.

– Menas
O correto é “menos”.

– Mecher
O correto é “mexer”. Mas, atenção: existe a palavra “mecha”, que se refere a “tufo de cabelo”.

– Concerteza
O correto é “com certeza”.

– Denovo
O correto é “de novo”.

– Perca de tempo
O correto é “perda de tempo”.

– Fazem dois anos que me mudei
Quando relacionado a acontecimentos passados, o verbo “fazer” é impessoal, permanecendo sempre no singular, pois não há sujeito com quem concordar. O correto é “faz dois anos que me mudei”.

– Haviam cinco caixas funcionando
Aqui o fenômeno é semelhante. Quando está no sentido de “existir”, o verbo “haver” é impessoal, permanecendo sempre no singular, pois não há sujeito com quem concordar. O correto é “havia cinco caixas funcionando”.

– Há dez anos atrás, eu comprei meu apartamento
Use “há dez anos” ou “dez anos atrás”. É redundante empregar “há” e “atrás” na mesma frase.

– Esse sanduíche é para mim comer
Quando antes de verbos, devemos empregar o pronome pessoal reto, que praticará a ação: “Esse sanduíche é para eu comer”. Porém, quando não há ação sendo praticada, empregamos o pronome pessoal oblíquo: “Esse sanduíche é para mim”.

SUPORTE TÉCNICO

Material elaborado com apoio da professora de Língua Portuguesa e mestre em Letras Pamella Tucunduva da Silva. Ela foi a vencedora do prêmio ‘Adiante, professor’, realizado pela Folha do Mate, no ano passado.

Material elaborado com apoio da professora de Língua Portuguesa e mestre em Letras Pamella Tucunduva da Silva (Foto: Arquivo pessoal)

DESAFIO

Assinale com um “x” as frases que lhe parecem corretas. Depois, confira sua pontuação e analise como anda seu conhecimento sobre a gramática da Língua Portuguesa.

1. ( ) “Não entendo porque você saiu cedo.”

2. ( ) “Meus pais e meu irmão, saíram de férias mais cedo.”

3. ( ) “Adoro bife com bastantes batatas-fritas.”

4. ( ) Hoje acordei sentindo um grande mal-estar.

5. ( ) “Envio anexo as fotografias.”

6. ( ) “Senão contar a verdade, ficarei chateado.”

7. ( ) “Aonde eu coloquei as chaves do carro?”

8. ( ) “Fazem dias que não vejo mu cachorro.”

9. ( ) “Houve vários pedidos de demissão no último mês.”

10. ( ) “Minha professora parece meia estressada.”

GABARITO
Estão corretas: 3, 4, 9
São problemáticas: 1, 2, 5, 6, 7, 8, 10

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