A Highway 1, localizada na Califórnia, e também conhecida como Route 1 e Pacific Coast Highway, é considerada uma das rotas panorâmicas mais bonitas do mundo. O trajeto mais popular é feito entre as cidades de San Francisco e Los Angeles, em um percurso de mais de 800 quilômetros.
Como pretendia visitar outras regiões, decidi fazer somente a primeira metade da rota, saindo de San Francisco e seguindo até Cambria, um percurso de cerca de 360 quilômetros, os quais foram feitos em aproximadamente três dias. O charme da viagem é justamente fazer o trajeto sem pressa, parando nos pontos de observação, nos parques e cidadezinhas costeiras ao longo da rota.
***
COMO SE LOCOMOVEREmbora seja possível participar de uma das ‘excursões’ que saem de San Francisco, o meio mais indicado para se locomover é alugando um carro. Isso pode ser feito ainda no Brasil, de forma online ou com o auxílio de uma agência de turismo.
A habilitação brasileira é válida nos Estados Unidos por três meses, mas se você quiser viajar bem precavido, vale providenciar a Permissão Internacional para Dirigir, em qualquer CFC da sua cidade. No entanto, para alugar um carro, o motorista principal precisa ser maior de 25 anos. Preste atenção nesse fator caso esteja viajando sozinho e não tenha a idade exigida!
Para reservar o carro, contei com a ajuda das profissionais da Zap Turismo, e fiz o pagamento em reais, ainda no Brasil, cerca de três meses antes da viagem. Para cinco dias, paguei aproximadamente de U$ 240.
Dica: se você retirar o carro no aeroporto de San Francisco, ou mesmo no centro da cidade, o GPS vai insistir que você faça a rota pelo caminho mais curto, a Highway 101, que passa por dentro do estado. Recomendo fortemente que você estude bem o início do trajeto, pois pode ser bem difícil encontrá-lo, e é bem provável que na sua viagem você não tenha internet no celular. Há muitos posts em diferentes blogs que podem ajudar, como este. Digite as palavras-chave no Google e seja feliz!
***
ONDE DORMIRNa chegada a San Francisco, em função do horário do voo, que aterrissou por volta de 22h30min, dormi em um hotel próximo, o Aura SFO Airport. Não achei a diária tão em conta, cerca de U$ 100, especialmente porque fiquei pouquíssimas horas no local. Mas como estava chegando em um lugar totalmente desconhecido, e à noite, preferi um hotel mais bem avaliado em sites como Booking.com e Trip Advisor.
O investimento valeu a pena: o quarto espaçoso e confortável possuía frigobar, micro ondas (perfeito para o Cup Noodles que estava dentro da mala) e cafeteira. Na manhã seguinte, o café da manhã, incluso na diária, era bem saboroso, com a possibilidade de preparar os deliciosos waffles americanos. Mais um plus: shuttle gratuito do aeroporto para o hotel ou vice-versa.
***
PRIMEIRA PARADA: MONTEREYA cidade costeira de Monterey reserva cenários fofinhos, como a rua Cannery Row. Antigamente ocupados por dezenas de fábricas de sardinha, os prédios foram reformados e transformados em um complexo com lojas, cafés e restaurantes. Próximo do local, também está localizado o Aquário de Monterey, bastante elogiado, e com dezenas de espécies marinhas. Não visitei o lugar, porque antes da Califórnia já havia estado na Flórida, onde havia visto muitas atrações do tipo. Como o ingresso, em fevereiro de 2016, custava U$ 40, achei que não valia o investimento.
Outro lugar bacana para visitar é o Fisherman’s Wharf, antigo porto transformado em área de convivência para os turistas. Além de dezenas de barcos ancorados na marina, é possível caminhar despreocupadamente por cafés e lojinhas. Esse é um bom lugar para comprar souvenirs.
Fique atento: Monterey tem sistema de estacionamento por parquímetros. Tenha moedas com você para efetuar o pagamento. Cartão de crédito também é aceito, mas pode ocorrer da máquina recusá-lo (aconteceu comigo! hehe).
ONDE DORMIREm Monterey, fiquei hospedada no Monterey Bay Travelodge, um hotel do tipo motel americano, com um precinho bem amigável: U$ 50 a diária. Quarto espaçoso, cama confortável, chuveiro quente, frigobar, micro ondas e cafeteira no quarto. Fica um pouco retirado do centro da cidade (cerca de quatro quilômetros de distância do Fisherman’s Wharf, por exemplo), mas se você está de carro, isso não é problema.
***
PRóXIMA PARADA: 17 MILE DRIVEEsse é o nome dado a uma parte da rota que passa por dentro de um condomínio repleto de praias, casas e campos de golfe. Ao sair de Monterey, siga pela Highway 1 e fique atento às placas ao longo da estrada. Seguindo elas, é bem fácil encontrar o local. Você vai parar em uma espécie de portaria, onde um guarda vai cobrar U$ 10, identificar o carro e te entregar um folheto falando sobre as principais atrações do local.
Antes de chegar aos lindíssimos cenários, você vai passar por várias ruas do condomínio. Siga sempre a estrada que possui o pontilhado em vermelho, e não perca as esperanças… hehe… você será recompensado logo, logo.
***
PRóXIMA PARADA: CARMEL-BY-THE-SEASaindo da 17 Mile Drive, as placas na estrada vão indicar a você a chegada em Carmel-by-the-Sea. Para quem conhece Gramado, no Rio Grande do Sul, vale a comparação. é uma cidade lindinha, com muitas galerias de arte, lojinhas, restaurantes, padarias e cafés. Ainda, tem uma praia linda, com comodidades interessantes para os turistas, como estacionamento gratuito e banheiros públicos limpos.
***
PRóXIMA PARADA: POINT LOBOSUma reserva ambiental repleta de mirantes e trilhas interligadas. O ponto alto é a observação de lobos marinhos, que dão nome ao local, e visitam a reserva durante o ano. é um passeio bem agradável, que pode ser feito sem pressa. Caso você tenha seguido o #AlertaGordice acima, as mesas de piquenique, os bancos de madeira, ou as próprias pedras, são um bom lugar para sentar e saborear o almoço.
***
PRóXIMA PARADA: BIG SURO trecho conhecido como Big Sur é considerado um dos mais bonitos. Repleto de curvas acentuadas sob os penhascos, brinda os visitantes com lindas vistas do Oceano Pacífico. A dica é dirigir devagar e com atenção, parando para fotos nos vários pontos de observação ao longo do caminho.
Dica sobre parques: Ao longo desse trecho, você vai encontrar placas indicando a entrada de parques estaduais. Dois dos principais são Pfeiffer Big Sur State Park, o primeiro no trajeto; e Júlia Pfeiffer Burns State Park. Sem muita pesquisa prévia sobre eles, entrei no primeiro. E foi só o trabalho de entrar e pagar U$ 10 de estacionamento. O local, com bastante mata, estava praticamente deserto, e não me pareceu muito indicado para uma visitante solitária. :/
Na sequência do trajeto, passei pelo Julia Pfeiffer, que me pareceu mais movimentado, mas não entrei em função do horário, e também porque fiquei com medo de pagar mais um estacionamento e me frustrar com a visita. Depois, pesquisando, descobri que esse, de fato, merecia a parada: o ponto mais famoso do local é uma cachoeira, chamada de Mcway Creek, que despenca sobre a praia. Essa vai ter que ficar para a próxima…
***
PRóXIMA PARADA: PRAIA DE ELEFANTES-MARINHOSNa praia de Pedras Brancas, na chegada de San Simeon, é possível observar milhares de elefantes-marinhos na orla. Eles estão ali entre os meses de dezembro e março, onde procriam e criam os filhotes. Embora não muito ativos, é possível ver a amamentação dos pequeninos, e a briga dos machos por território. Vale a parada e o registro.
Dica: Escolha uma das paradas do roteiro, que no meu caso foi em San Simeon, e curta o lindo por-do-sol no Oceano Pacífico.
***
ONDE DORMIREm San Simeon, fiquei hospedada no Silver Surf, mais uma opção em conta do roteiro: cerca de U$ 50 a diária. Por fora, a acomodação, também no estilo motel americano, parece bem simples, com revestimento em madeira. O quarto, no entanto, manteve o mesmo padrão de conforto dos demais hotéis do roteiro.
Pausa para a parte engraçadinha.
Cheguei no hotel, fiz o check-in, e perguntei ao recepcionista:- Onde fica o centro da cidade? (Pensando em dar uma volta lá para jantar.)Ele parece surpreso e diz:- é aqui!
Conclusão: a cidadezinha se resume a uns poucos hotéis e restaurantes. Se você deseja mais agito noturno, programe-se para visitar a cidade vizinha, Cambria, onde há mais oferta de atrações.
***
Sobre hospedagem de uma forma geral: Durante meu roteiro na Highway 1, escolhi Monterey e San Simeon como paradas para passar a noite, porque ambas as cidades oferecem diárias mais amigáveis. Se dinheiro não for problema e você quiser algo mais requintado, além de opções nesses dois locais, também pode optar por hotéis em Carmel-by-the-Sea e Cambria, cidades muito bonitas da costa.
***
Encerrei meu passeio na Highway 1 em San Simeon. De lá, peguei a estrada para ir ao Vale do Silício, onde fiquei por mais três dias. Nos links abaixo, leia mais sobre o restante dessa aventura!
>> Viajar sozinha: as paranoias e as dicas de segurança
>> Na Pilha! pelo Mundo – Dicas para conhecer o Vale do Silício
>> Na Pilha! pelo Mundo – Os pontos turísticos de San Francisco