Não é apenas sobre o shortinho. Na verdade, nunca foi. A história (ou a polêmica, como alguns preferem dizer), vai muito além disso. O manifesto das alunas do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, não é apenas para pedir a liberação do uso do short, mas sim para gritar e mostrar para todos, seja pai, mãe, professor(a), colegas e a sociedade em geral, o quanto ainda precisamos lutar para provar que a culpa não é da vítima.
Oi? Do que estou falando? Calma, eu explico. Falo do mundo, das pessoas, da nossa sociedade e de tudo que ela nos impõe ano após ano. O short é a ponta do iceberg, meus caros, mas o recado é bem maior. O recado está escrito em letras garrafais, na cor vermelha, e grita aos olhos: PRECISAMOS FALAR!
Precisamos falar sobre abusos sexuais, assédios físicos e verbais, estupros e sobre isso ocorrer cada vez mais, dentro de casa, na rua, nas Universidades e, também, nas escolas. Precisamos falar sobre essa mania (que na verdade, não poderia ser caracterizada como tal), de amenizar os fatos e de tornar tudo ~normal~, como se fizesse parte do nosso cotidiano.
Precisamos falar sobre a culpabilização da vítima, afinal o que mais se ouve por aí são as famosas frases do ‘se estava sozinha na rua, pediu’, ‘se estava de roupa curta, provocou e mereceu’, ‘se não bebesse nas festas, nada disso teria acontecido’, ‘é culpa dela, somente dela’.
NãO é! Precisamos falar disso e de muito mais. Precisamos abrir os olhos, a mente e repensar conceitos. Precisamos falar e vamos falar sim, duas, três, quatro, dez vezes se preciso for!
Por causa disso, confira abaixo um infográfico: