Você deve ter colocado o olho na capa e começado a cantar: “Ô, sol. Vê se não esquece e me ilumina. Preciso de você aqui”. A ideia desta edição é que nosso recado fique na memória tanto quanto a música do Vitor Kley e você não esqueça do protetor solar.
Ok, a gente sabe que aquele creme grudado na pele, misturando com o suor, não é a melhor sensação do mundo. Mas, ele é tão importante que vale a pena se esforçar e transformar a ‘missão protetor’ em um hábito diário.
Além de conversar com adolescentes sobre o assunto, a equipe do Na Pilha! entrevistou a dermatologista Francine Seibt, que explica a necessidade de utilizar o protetor solar, três vezes ao dia.
Entre as informações repassadas por ela, uma, em especial, reforça o alerta para não abrir mão do protetor: até os 20 anos, as pessoas acumulam 90% da radiação solar da vida inteira. Ou seja, essa fase é decisiva quando falamos de proteção e pode impedir que um câncer de pele apareça mais tarde, já que a radiação tem um processo cumulativo. Pegue seu protetor e entre nessa missão com a gente!
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O ‘queridinho da gurizada’ está aí para trazer mais brilho aos dias de verão. Mas, para os adolescentes que pensam que o protetor solar é um item dispensável, é hora de ‘abrir os olhos’. A ação do sol é cumulativa e de ‘queridinho’ ele pode se tornar um ‘vilão’.
De acordo com a dermatologista Francine Seibt, no primeiro momento, a ação do sol pode não surtir efeito, porém, as consequências podem se agravar no decorrer do tempo. “Até os 20 anos se acumula 90% da radiação da vida inteira. Isso ocorre porque crianças e jovens tendem a ficar mais expostas ao sol”, explica.
Um outro cuidado que os jovens devem ter está relacionado ao surgimento das manchas na pele. Durante a adolescência, eles apresentam mais incidência de acne na pele. Em função disso, é preciso manter o hábito ao aplicar diariamente o protetor solar, de preferência três vezes ao dia. O ideal é que seja utilizado o fator 30.
“Ao pegar sol sem proteção, aumentam as chances do aparecimento de manchas ou marcas no rosto, que dependendo do caso, podem ser irreversíveis. Isso sem falar nas outras pigmentações na pele, assim como o melasma”.
Segundo a dermatologista, para evitar que o rosto fique com um aspecto oleoso, o que já é uma característica da adolescência, é indicado optar por produtos livres de óleo e nas texturas em gel.
“Os cremes, em sua maioria, são mais oleosos, mas vai depender da tecnologia utilizada na fabricação do produto. Evite a manipulação do protetor solar”, recomenda.
O produto deve ser aplicado ‘com uma quantidade generosa’ para cobrir as regiões que ficam mais expostas ao sol, principalmente nos braços, colo e rosto – não é hora de fazer economia. Para alguns jovens que acham ‘chato’ reaplicar o produto, Francine dá dicas práticas. “O ideal é aplicar meia hora antes de sair de casa e reaplicar ao meio dia e durante a tarde, porém, não precisa lavar o rosto toda vez que usar o produto”, salienta.
BLITZ
Na tarde de segunda-feira, 14, nossa equipe realizou uma blitz com o pessoal que aproveitava o calor na beira das piscinas da Sociedade Olímpica de Venâncio Aires (Sova) para verificar se a galera lembra do protetor solar.
A venâncio-airense Maysara Elayan, 19 anos, recebeu a visita da amiga Miriam Ismail, 23 anos, de Sapiranga e para aproveitar as férias, as duas foram curtir a piscina da Sova. Maysara comenta que frequenta o ambiente há anos e decidiu apresentar o local para a amiga.
As duas confessaram que usam protetor quando frequentam a piscina, mas haviam esquecido na segunda-feira e usavam protetor solar somente no rosto. “No rosto eu uso protetor todos os dias”, afirma Maysara.
Aproveitando as férias da escola para curtir a piscina, o jovem Gustavo Kurz, 13 anos, também contou ao Na Pilha! que estava sem protetor no momento da abordagem. “Costumo usar apenas em dias que o sol está bem quente”, destaca.
DIAS NUBLADOS
Apesar do senso comum de que em nublados o sol não queima, a dermatologista Francine Seibt observa que grande parte das queimaduras mais graves ocorre nos dias sem sol. “Nos dias nublados há uma forte radiação e, na maioria das vezes, as pessoas não aplicam o protetor solar por acreditarem que os raios não são agressivos à pele, isso é um grande erro”, alerta.
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Fala aí, dermato!
Apesar da incidência de câncer de pele ser menor entre os jovens em decorrência do sol, há alguns casos em que a doença pode se manifestar nessa idade, principalmente quando está relacionada com fatores genéticos. “O melanoma é o mais agressivo câncer de pele e a manifestação desta doença acontece, na grande maioria, entre os jovens,” ressalta a dermatologista Francine Seibt.
A profissional lembra que o sol é fundamental para o corpo obter vitamina D. No entanto, não é necessário ficar horas exposto para obter este resultado. “O sol que tomamos no dia a dia já é suficiente para trazer benefícios à saúde”, afirma.
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No campo, uso de protetor solar em todas as atividades
Moradora de Linha Andréas, no interior do município, a agricultora Bruna Richter Eichler, 19 anos, mantém desde pequena o hábito de não sair de casa sem o protetor solar. Ela acredita que as pequenas exposições ao sol, se repetidas todos os dias, podem causar danos irreversíveis na pele ou organismo.
Inclusive, ela lembra de conhecidos que ‘não deram bola’ para o uso da proteção e hoje sofrem com câncer de pele.
“Uso protetor solar todos os dias, até no inverno. É por questão de saúde, o sol é um veneno para o nosso corpo.”
Essa conscientização não veio pronta, mas por meio da insistência e do apoio dos pais, Alexandre Fernando Eichler, 39 anos, e Mariléia Richter Eichler, 38 anos. A mãe conta que sempre leva um frasco de protetor solar na mochila e um reserva no trator para ser utilizado durante as lidas diárias na lavoura. O pai, por sua vez, acredita que cabe a eles incentivarem os filhos a fazerem o uso. “Às vezes, vai contra a vontade dela, mas insistimos, ‘Bruna, já passou protetor?’. Se não passou, precisa voltar, antes de ir para a roça.”
Bruna é formada no curso técnico Agrícola na Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc) e destaca que, nas aulas práticas, quando iam à horta, eram orientados a passar o protetor solar, porém, o incentivo maior veio de casa.
A família de Bruna participa do cadastro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais que permite a retirada gratuita de protetor solar a cada quatro meses. É por isso que, em casa, não falta protetor, que é utilizado em diversas outras atividades, além do trabalho na agricultura.
“A gente usa nos piqueniques, banhos de arroio, pescarias, idas à lavoura. Garanto que usamos todos os dias, não dá para ficar sem.”