Para estar sempre conectado

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Fernando vai comprar um smartphone. Sim! Mas onde foi parar aquele papo de ‘ter vontade e não necessidade’, de ‘smartphones serem inúteis e só tornarem as pessoas mais viciadas nas redes sociais e coisas que são banais’, e blá blá blá? (Veja post sobre isso aqui.) Pois é! E eu não só admiti o equívoco, como também vi em mim mesmo (por meio de algumas experiências) a necessidade de ter um aparelho para me manter conectado e informado o tempo todo.

Experiência um: Os dois dias que integram o final de semana geralmente são sinônimos de diversão e alegria. Nem tanto! Por uma boa causa, no último sábado, estive visitando a cidade de Sinimbu, esta que sediou a premiação do concurso Icom de Jornalismo. Foi uma experiência boa, o jornal garantiu diversos prêmios e eu me diverti bastante. Mas eu admito que, em vários momentos, sucumbi a alguma distração. A minha mesa estava repleta de pessoas legais, divertidas e que eu pude conversar por muito tempo. Mas, em alguns instantes, gostaria de estar conectado e também transmitindo o evento em tempo real aos internautas do jornal. O que não foi possível pela falta de uma conexão.

Experiência dois: No mesmo evento do Icom – quando minha opinião já era divergente ao momento da postagem na qual rejeitava o uso de smartphones -, a Ana Flávia argumenta sobre a necessidade que percebeu há pouco tempo. “Enquanto eu estava em uma reunião importante, tu me ligava e não era viável sair do local para atender o telefone e perder uma parte da conversa. Foi aí que decidi adquirir um smartphone e ficar conectada o tempo todo. Porque tu poderia ter me chamado no Facebook se eu já possuísse o aparelho”, demonstrou, citando um exemplo que me envolveu.

Experiência três: Na última segunda-feira, enquanto me deslocava até o jornal, avistei de longe uma fumaça anormal nos arredores do colégio Gaspar. Sem possuir nenhum equipamento bom para ir até o local exato e fotografar a cena, só havia uma alternativa: ir até o jornal e chamar alguém para fazer o que eu mesmo deveria ter feito. Foi aí que a ficha, o conceito e o mimimi foram por água abaixo. Eu só pensava: ‘se eu tivesse um smartphone…’.

Concluindo, eu percebi que nem sempre o uso do aparelho é algo inútil e tosco. Há funcionalidades que são realmente aproveitáveis e está em cada um saber usar a ferramenta de maneira que vá agregar em algum aspecto (não venham me dizer que se ocupar com jogos enquanto está com os amigos é um aspecto bom). Ainda acredito que o erro está no controle. Porque as pessoas não o possuem. Eu posso tirar uma foto de um momento especial e aproveitá-lo, ao invés de filmar cada segundo, me privando de viver o que está acontecendo. E posso responder uma mensagem em um encontro casual com os amigos sem precisar olhar o feed do Facebook ou do Twitter. E é por isso que eu vou comprar mesmo um smartphone! Porque posso me controlar. E acredito reagir de maneira diferente daqueles que postam fotos próprias todos os dias com frases de livros que nunca leram.

Só mais uma coisa: esse vídeo é sensacional, teve nove milhões de visualizações em apenas quatro dias e retrata muito bem o que há tempos venho tentando expressar e combater: o isolamento de alguém sem smartphone em uma sociedade amplamente conectada.

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