Siga o líder

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Você é daqueles que “puxa a frente” nos trabalhos da escola, organiza passeios e eventos com a turma e pega junto em campanhas e ações sociais? Então, essa edição é especial para você. Hoje, destacamos um tema que, embora não seja conteúdo de aula, está relacionado diretamente com o dia a dia na escola: a liderança. Afinal, é lá que, geralmente, nascem os líderes.

Mesmo que não conte pontos nas avaliações exercer a liderança, ela faz uma diferença e tanto na vida – inclusive, na hora de conseguir um emprego. Mais do que isso, é uma forma de inspirar alguém e garantir uma corrente de bons exemplos.

Seja no trabalho do Grêmio Estudantil, como representante de turma ou integrante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e da Violência Escolar (Cipave), o que vale é participar. Que tal aproveitar e exercitar a liderança na escola, em casa ou em um clube de serviço? Afinal, líderes não nascem prontos.

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Líderes em formação

O país carece de lideranças no meio político, empresarial e profissional. Já ouvimos isso milhares de vezes, não é mesmo?! Mas, como formar líderes? Para o diretor do Colégio Gaspar Silveira Martins, Tiago Becker, 30 anos, líder é aquela pessoa que inspira os demais e a liderança se desenvolve no dia a dia, ‘batendo a cabeça’, lidando com críticas, errando e acertando.

Becker lembra que, ao longo da história, líderes eram aqueles que organizavam um grupo em busca das necessidades como vitórias em guerras. Com o passar do tempo, no entanto, esse perfil foi modificado e, hoje, o líder inspira as pessoas unindo-as para objetivos comuns. “Sem bons líderes não conseguimos alavancar a civilização, mas uma coisa eu garanto: nós, na escola não conseguimos formar um líder, apenas damos a inspiração necessária para seu desenvolvimento.”

O diretor lembra a importância do interesse da pessoa para que seja um líder e afirma que a contribuição da instituição de ensino é oportunizar experiências e encontros sobre liderança, tradicionais no colégio.

NA PRÁTICA

Rafael Borges de Carvalho, 15 anos, é a ‘voz’ do 2º ano do Ensino Médio, como ele mesmo se intitula. O líder destaca que entre as funções, estimula o estudo, organiza encontros, trabalhos em turno oposto, resolve conflitos e interage com o grupo tomando decisões importantes. “Sou um líder dentro de casa também, me sinto muito responsável, na sala de aula sou assim, e daí penso: ‘porque não posso ser assim com minha família, meus amigos?’”, comenta.

Com normas internas, o líder precisa defender a opinião da turma e nunca sua posição acima da do grupo e deve ser um exemplo, respeitando regras e limites. “Eu observo os pontos positivos e negativos da turma e levo para a coordenação o que for necessário. Auxilio na posição de lugares na sala, ajudo os professores”, comenta Rafael.

DEDICAÇÃO

Natana Luisa Vogt, 17 anos, foi presidente do Grêmio Estudantil do Gaspar em 2018. Ela já participou de um dos encontros de lideranças. “A gente teve palestra com empresários, psicólogos, e o que eu levo comigo é que um líder não manda, orienta. Claro que temos como incumbência delegar funções, mas não podemos impor nada.”

A garota comenta que nem sempre as atividades funcionam e, nesse momento, o líder precisa chegar e conversar. “O importante é que quando dá certo a gente precisa elogiar os colegas. Para ser líder precisa ter perfil, carisma e jogo de palavras. É uma vocação”, considera.

Natana explica que a principal atividade do Grêmio Estudantil é juntar dinheiro para melhorar algo na escola. “Nós reformamos a sala de convivência. Além de auxiliar na organização de festas e eventos, somos o braço direito da coordenação. Não temos um dia específico para nos encontrar, sempre precisamos conciliar a rotina diária com nossas atividades aqui.”

O Grêmio Estudantil presidido por Natana reformou o antigo refeitório do Gaspar e transformou o espaço em uma sala de convivências. ( Crédito da foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)

 

 

 

 

 

 

 

“A liderança no mercado de trabalho é difícil de ser mensurada, encontramos muitos gerentes, mas não líderes. O que acontece no Ensino Médio do jovem é extremamente decisivo na vida dele. Não é só a escola, é no contexto em que inserimos ele além da instituição.”
TIAGO BECKER

 

 

 

 

 

 

 

Líder fora da escola

Rafael Augusto Storch, 17 anos é aluno do 3º ano do Ensino Médio, mas as ações de lideranças ultrapassam a sala de aula. O guri é secretário estadual de Campanhas da Ordem DeMolay. Ele cita que o incentivo veio da família. Tudo começou na fundação do Rotary Kids, do qual foi o primeiro presidente, em 2011. O estudante comenta os diversos aprendizados com o trabalho voluntário e de liderança. “Ser líder é sensacional, temos um diferencial, é muito importante ter essa experiência. Isso desenvolve o ser humano. Consegui meu emprego pela liderança, e lá fora é dado valor pela diferença que isso faz no currículo.”

Para o integrante da entidade filantrópica, a escola dá o primeiro passo ao líder. “Muitos não tomam a iniciativa, não se descobrem, mas se tem a capacidade, com esse estímulo da escola e conseguem se desenvolver. Mas com certeza precisa ter a prática.”

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Uesva

A União dos Estudantes de Venâncio Aires (Uesva) é outra entidade de estímulo à liderança estudantil. Segundo o professor André Henckes, assessor da Uesva, em geral, representantes de grêmios estudantis de mais de 20 escolas sempre participam da entidade. “Agora, as escolas estão em processo de escolha dos líderes de turmas e reorganização dos grêmios. Provavelmente em maio, teremos um encontro municipal”, afirma.

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Clubes de serviço desenvolvem a liderança

Participante do LEO Clube Venâncio Aires há 2 anos e meio, Daiane Heinen, xx anos, acredita que as experiências e os conhecimentos obtidos na participação de um clube de serviços são imensuráveis. A própria sigla do clube traz os seguintes dizeres: Liderança, Experiência e Oportunidade, temas trabalhados com os membros da entidade.

“Temos a oportunidade de conhecer e explorar a nossa liderança, o desenvolvimento da empatia e o cuidado com as pessoas. Também compartilhamos experiências com outros indivíduos de diferentes vivências, com outros propósitos e ideais. Além disso, conhecemos a nós mesmos, nossas capacidades, bem como os desafios que vamos enfrentar a fim de sermos pessoas melhores”, destaca.

Daiane também salienta o fato de que os clubes de serviço permitem a interação com outras pessoas que estão unidas pela mesma causa, fazendo com que cada um aprenda a trabalhar em equipe. “O contato com os demais integrantes nos auxiliam a explorar a capacidade de conversação, além de deixar a timidez de lado para realizarmos ações que vão beneficiar outros sujeitos”.

A participação no LEO Clube é destaque no currículo de Daiane, justamente por desenvolver nela, inúmeras habilidades que contribuem com a vida profissional. “ Com certeza, não deixo de citar que a passagem pelo LEO Clube, foi algo que muito agregou em minha vida”, destaca, ao incentivar outros jovens a participar de algum clube de serviço.

“A participação no clube é uma maneira de demonstrar que somos preocupados com os outros e temos o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Além dos vínculos que são criados naturalmente”.

DAIANE HEINEN

Integrante do LEO Clube Venâncio Aires

Daiane no dia em que foi associada ao LEO Clube Venâncio Aires. ( Crédito da foto: Régis Fabris/ Folha do Mate)
    

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